O amor sensual e o celibato clerical no Decameron, de Boccaccio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bonetto, Mirian Salvestrin [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149729
Resumo: Um dos temas de destaque na obra-prima de Giovanni Boccaccio, o Decameron, escrita por volta de 1353, é o amor sensual, vivenciado por seus personagens de forma realista e naturalista. Dentre esses personagens, encontramos membros do clero católico, celibatários, e é para eles que voltamos o nosso olhar. Pretendemos traçar as características da abordagem de Boccaccio ao tema do amor sensual no celibato clerical em dez novelle da obra e, com isso, levantar quais concepções de amor, indivíduo e natureza humana são encontradas nas entrelinhas dessas histórias. Para analisarmos o corpus, tomaremos como base a fundamentação do celibato na Igreja Católica, exposta por Brown (1990); a doutrina do amor em Boccaccio, que trata o amor sensual com realismo e naturalismo, abordada por Scaglione (1963) e Givens (1968); a retórica de Aristóteles (2006), já que os personagens usam a retórica para obter êxito na conquista amorosa; as considerações de Ó Cuilleanáin (1984) e Smarr (2014) sobre a representação decameroniana do clero; além de estudos sobre o autor e obra, como os de Auerbach (2007; 2013). Com base em Berger (1972) e Nodelman (1988), analisaremos ilustrações que representam o amor sensual praticado por personagens celibatários, feitas por Alex Cerveny. No Decameron, os clérigos são dessacralizados, retratados como homens comuns, nos quais a natureza e o instinto se fazem presentes. A nosso ver, esses homens e mulheres são levados pela instituição católica a abandonarem obrigatoriamente a sexualidade, mas eles não desejam renunciar efetivamente a esse aspecto que é inerente à vida humana.