O essencial é invisível aos olhos: a emulação à escola produtivista e a subsunção das múltiplas jornadas das professoras no Programa de Ensino Integral de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Bruna Padilha de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151898
Resumo: Esta dissertação de mestrado apresenta uma pesquisa qualitativa sobre a questão da intensificação do trabalho docente a partir do exame das principais intervenções relacionadas ao trabalho dos docentes inseridos no Programa Escola Integral, proposto pela atual gestão da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Governo de Geraldo Alckmin do PSDB). A análise realizada tem como recorte a questão de gênero, partindo do pressuposto de que as vivências temporais das mulheres se multiplicam entre o trabalho doméstico e profissional. Foi realizada revisão bibliográfica sobre a relação dialética entre a opressão e a exploração na sociedade capitalista, o debate sobre a divisão sexual do trabalho e o uso do tempo das mulheres. E, de modo a aproximar de nosso objeto de pesquisa, também discutimos a questão da feminização do magistério, a intensificação e perda da autonomia do trabalho do professor no contexto das transformações nos processos de organização do trabalho ao longo do século XX e as emergências das políticas neoliberais na educação de modo a explicitar sua especificidade com a totalidade social. Esta revisão bibliográfica serviu como suporte de análise para os dados empíricos coletados tanto de documentos que normatizam o programa de ensino integral em São Paulo, quanto de depoimentos gravados e transcritos de professoras que trabalharam ou trabalham em escolas do interior do estado que aderem ao programa educacional. O estudo traz uma contribuição quanto aos impactos de uma política educacional de ensino integral e sua realização no cotidiano escolar a partir da vivência dos trabalhadores da educação, bem como frisa a importância de se adotar o recorte de gênero para a reflexão sobre a intensificação do trabalho docente. Concluímos que a política educacional não valoriza o trabalho dos professores das escolas integrais do estado, sendo a bonificação e as promessas de melhores condições de trabalho e de jornada integral em uma única escola um mecanismo de sedução para justificar um processo de trabalho cada vez mais intensificado. Nosso trabalho demonstra as consequências da realização de uma política pública sobre a condição de vida das mulheres, questão deixada de lado na formulação da política educacional, pois a intensificação do trabalho é multiplicada e intercalada com as responsabilidades profissionais e familiares das professoras.