Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lemos, Ana Cláudia Cavalcante Espósito [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194519
|
Resumo: |
Melasma é uma doença crônica, que acomete principalmente mulheres durante o menacme. As lesões ocorrem exclusivamente em áreas fotoexpostas (especialmente a face), sendo a radiação ultravioleta (RUV) o principal desencadeante da doença. A luz visível, especialmente luz azul (420-490nm), também induz pigmentação melânica. A hipermelanogênese que ocorre no melasma pode ser entendida como um mecanismo de defesa contra o dano oxidativo e lesão de organelas promovidos pela RUV. O sistema autofágico celular, em que participam as proteínas LC3B e p62, tem a função de eliminar as organelas disfuncionais. Fibroblastos participam da regulação da melanogênese; a transição para um perfil senescente modifica o padrão das citocinas por eles secretadas, favorecendo o desencadeamento do melasma. Este estudo objetivou (1) avaliar a ocorrência de receptor para luz visível (OPN3) e (2) marcadores de autofagia (LC3B e p62) nos melanócitos, queratinócitos e fibroblastos da pele com melasma facial de mulheres, comparada à pele sã adjacente; além de (3) explorar o papel dos fibroblastos na patogênese da doença, tendo como foco a morfologia, taxa de crescimento e expressão gênica na pele com melasma em comparação com a pele adjacente. Foram biopsiadas 30 mulheres com melasma facial (punch 3 mm) em duas áreas distintas: melasma e pele adjacente. Fragmentos oriundos de 20 participantes foram submetidos à imunofluorescência de tripla marcação: (a) anti-OPN3, anti-vimentina e DAPI; (b) anti-LC3B, anti-vimentina e DAPI e (c) anti-p62, anti-vimentina e DAPI. Foram cultivados os fibroblastos de cinco participantes, dos dois sítios de análise (melasma e pele sã), e avaliada a senescência pelo marcador SA-β-gal. Por fim, os fibroblastos cultivados de outras cinco participantes foram submetidos a PCR em tempo real. Identificaram-se receptores de OPN3, p62 e LC3B nos queratinócitos, melanócitos da camada basal, melanócitos em pêndulo e fibroblastos da derme superior. Apenas LC3B apresentou expressão diferencial, uma vez que melanócitos da camada basal da pele com melasma apresentaram redução deste marcador (p=0,025) em relação à pele sã adjacente. A cultura primária de fibroblastos da pele com melasma teve morfologia menos fusiforme, com proporção 34% maior (IC 95% 4-63%) de células senescentes, além de menor taxa de crescimento (p<0.01) em comparação com a cultura da pele sã. Os genes WNT3A, EDN3, ESR2, PTG2, MMP1 e SOD2 estavam hiperexpressos nos fibroblastos da pele com melasma, enquanto COL4A1, CSF2, DKK3, COL7A1, TIMP4, CCL2 e CDH11 foram menos expressos. Estes resultados sugerem que a expressão de OPN3 não justifica a diferença de pigmentação cutânea no melasma. Caso a luz visível apresente um papel importante na sua patogênese, ela não o exerce em função da expressão de OPN3. A redução de LC3B nos melanócitos basais da pele com melasma indica um déficit de autofagia nestas células, o que altera o perfil de citocinas secretadas para um polo pró-inflamatório e promove o acúmulo de melanina nos melanossomas. Fibroblastos da pele com melasma apresentam fenótipo senescente, com perfil de genes associado a fatores proinflamatórios, melanogênicos e de déficit de reparo. |