Cosmopolitismo e literatura em Ferreira de Castro: imagens do Brasil e de Portugal nos romances de um português incompreendido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Assis, Rodirlei Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103672
Resumo: O presente trabalho tem por intuito proceder a uma análise imagológica da obra do escritor português Ferreira de Castro (1998-1974) revelando a densidade literária de uma produção que, por tempos, ficou esquecida no cânone literário português. Para tanto, foram escolhidos cinco romances dentre a lavra do referido escritor, a saber, Emigrantes (1928), A Selva (1930) e O Instinto Supremo (1968), que transfiguram literariamente espaços brasileiros e Terra Fria (1934) e A Lã e a Neve (1947), cuja ambientação ocorre em Portugal. A preferência dada aos romances neste trabalho deve-se ao fato de que, dentre toda sua profícua e diversificada produção escrita, estes são os que mantêm um labor literário mais facilmente detectável, além de promoverem, indefectivelmente, um diálogo intercultural entre Brasil e Portugal, o que faz de Ferreira de Castro autor altamente interessante aos estudos imagológicos. Iniciando sua produção estética no limiar do século XX, Ferreira de Castro não raro, é tido como escritor vinculado a movimentos e ideologias de cunho sociológico e, por isso, não tem figurado em primeiro plano no cânone literário português.Não só porque negou participação em movimentos demarcados, mas, porque julgamos que o labor literário de Ferreira de Castro encontra-se alicerçado na mais alta preocupação estética, ultrapassando quaisquer barreiras ideológicas vincadas e esquecidas com o tempo, buscamos estabelecer um diálogo imagológico entre a autoimagem portuguesa e a heteroimagem brasileira nos romances supracitados, pois, ao fim e ao cabo, desejamos salientar a relevância literária de um escritor que soube, como poucos, ser humanista e estabelecer relações interculturais sem usar de preconceitos. Ao contrário, almejava a comunhão entre os povos de culturas diferentes, espoliados em suas difíceis relações de trabalho.