Respeito, justiça e solidariedade no coração de quem ajuda: valores morais e protagonismo entre alunos para combater o bullying

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bomfim, Sanderli Aparecida Bicudo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181390
Resumo: O bullying, dentre tantas situações de violência, tem gerado preocupação, em educadores, pais e, também, no Poder Público, que sancionou a Lei Antibullying (13185/2015) e que foi incorporada, mais recentemente, à LDB. Tal lei não inaugura o combate a esse tipo de violência, mas instaura a necessidade e urgência de se compreender melhor o fenômeno e os mecanismos psicológicos que o envolve, já que aponta para a urgência de se organizar práticas de prevenção e intervenção em instituições educativas, como a implantação de SAIs (Sistemas de Apoio entre Iguais), que têm sido avaliadas por diferentes investigações como mais eficazes para essa função de combater o bullying. Assim, a presente pesquisa, de caráter exploratório, teve como objetivos comparar o modo de adesão a valores morais – o respeito, a justiça e a solidariedade – entre três grupos de jovens: alunos membros de Equipes de Ajuda e alunos que não são membros de Equipes de Ajuda em escolas com a implantação deste SAI, e alunos de escolas que não tem as Equipes de Ajuda implantadas; verificar se a adesão ao valor do respeito em situações hipotéticas de bullying está mais relacionada à adesão ao valor da justiça ou da solidariedade; verificar se existe diferença nessa relação para supostas situações de respeito em que há bullying e em que não há; e, por fim, analisar se há diferenças nas respostas em relação ao gênero. Nossa amostra, escolhida por conveniência, contou com a participação de 2513 adolescentes do Fundamental II, de escolas particulares do estado de São Paulo. Ela foi composta por três grupos, sendo 131 alunos, escolhidos intencionalmente por serem membros das Equipes de Ajuda (SAIs), 1235 que não são membros das Equipes de Ajuda, mas são alunos de escolas onde este SAI foi implantado e 1147 alunos de escolas que não tem as Equipes de Ajuda implantadas. Para atender aos objetivos, o instrumento utilizado foi um questionário, composto por perguntas fechadas e dividido em duas partes. A primeira englobou questões de caracterização, na qual se inseriu também a frequência de bullying e a variável participar ou não das Equipes de Ajuda. A segunda parte contou com uma adaptação do instrumento validado pela Fundação Carlos Chagas que investigou a adesão aos valores morais da justiça, respeito, solidariedade e convivência democrática, através de situações. Os dados apontaram que os alunos participantes de Equipes de Ajuda apresentaram-se em níveis de melhor adesão aos valores em questão e que a adesão ao valor do respeito está mais relacionada ao valor da solidariedade do que da justiça. As análises com relação ao gênero apontaram que são as mulheres que compõem a maioria daqueles que fazem parte das Equipes de Ajuda. Se pesquisas diversas apontam a falta de valores morais em situações de bullying, essa pesquisa veio somar-se aos esforços de se compreender a adesão aos valores morais em adolescentes, bem como de apresentar uma estratégia eficaz de fomentar tais valores nos jovens que atuam de maneira protagonista na convivência e, também, naqueles que participam de ambientes onde os SAIs estão implantados.