Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Rubiana Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255656
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Resumo: |
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits nas capacidades de comunicação e linguagem, comportamentos repetitivos, interação social e reatividade sensorial. O termo Integração Sensorial (IS) foi descrito por Anna Jean Ayres como sendo um processo neurológico, automático e inconsciente, que absorve, processa e organiza os inputs sensoriais internos e externos para uma participação efetiva nos ambientes. O processo de aprendizagem e generalização de habilidades motoras e cognitivas novas é complexo e contínuo, não sendo diferente para os componentes necessários para a escrita, exigindo ajustes e modificações rápidas. A escrita é a maneira mais utilizada para avaliar a aprendizagem dos estudantes, sendo este processo interdependente de habilidades de percepção visual, controle óculo - motor, habilidades proprioceptivas e táteis, além da coordenação motora fina. Crianças que apresentam desafios na escrita são frequentemente encaminhadas para serviços de Terapia Ocupacional a fim de que as intervenções potencializem a sua participação escolar com a melhora de seu desempenho nesta atividade. Dessa forma, acredita-se que crianças com TEA que tenham associado a Disfunção de Integração Sensorial (DIS), apresentam dificuldades na produção, grafia e qualidade da escrita. Esta dissertação tem por objetivo geral analisar a qualidade da escrita de estudantes com TEA e DIS bem como os padrões de DIS encontrados nessas crianças. Em relação aos objetivos específicos, buscou-se: analisar o Perfil Sensorial de Acompanhamento Escolar de crianças com TEA; analisar o Padrão de DIS de crianças com TEA; analisar a escrita de crianças com TEA segundo o Protocolo McMaster de Avaliação da escrita e por fim analisar as interferências dos padrões de DIS na Escrita. Para realização da pesquisa, utilizou-se abordagem mista de um estudo de caso múltiplo com um desenho não experimental de natureza descritiva. Neste estudo foram coletados dados com quatro crianças com diagnóstico de TEA e DIS que frequentam o Ensino Fundamental I, sendo uma do sexo feminino e três do sexo masculino. A coleta de dados ocorreu em um Centro Especializado de Reabilitação II (CER II), localizado em uma cidade do interior do estado de São Paulo, utilizando-se três avaliações padronizadas: 1. Perfil Sensorial 2 de Acompanhamento Escolar: Questionário do Professor; 2. Evaluation Ayres Sensory Integration (EASI) e 3. Protocolo McMaster de Avaliação da Escrita. Os dados analisados permitiram identificar que todas as crianças dessa amostra demonstram mais de um padrão de DIS, sendo que o padrão de Disfunção em Integração Vestibular-Bilateral foi descrito em todas as crianças, além disso o segundo padrão mais identificado foi o de visuodispraxia, observado em três das quatro crianças da amostra. Nesta pesquisa fora possível analisar que os padrões de DIS interferem diretamente na escrita das crianças estudadas, tendo em vista que os déficits nas áreas que correspondem à integração bilateral, controle postural, práxis e percepção visual, são preditores das dificuldades nas tarefas de escrita analisadas como: déficits no planejamento do espaço, inconsistência no tamanho das letras, espaçamento inconsistente entre letras e palavras, déficits na modulação da força empregada entre o lápis e o papel, velocidade da escrita inferior a idade escolar, além de demonstrarem erros ortográficos importantes na construção e cópia dos textos. Estudos futuros tornam-se importantes para o aprofundamento das relações entre escrita, TEA e as DIS. Para tanto sugere-se a ampliação da amostra de participantes, além da necessidade de pesquisas colaborativas entre profissionais da terapia ocupacional e educadores. |