Percepção de professores sobre estudantes com Transtorno do Espectro Autista e perfil de Disfunção de Integração Sensorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Almeida, Amanda Ramos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/260115
Resumo: Recentes evidências científicas destacam a presença das Disfunções de Integração Sensorial (DIS) em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Compreendendo a importância do processamento sensorial adequado para o desempenho e participação escolar, esse estudo teve como objetivo analisar a percepção de professores sobre estudantes com TEA e perfil de DIS no contexto escolar. Como objetivos específicos, o estudo se propôs analisar, segundo a percepções de professores, o perfil sensorial dos estudantes com TEA; analisar, segundo a percepções de professores, as barreiras e os facilitadores para a participação dos estudantes no contexto escolar e identificar, segundo o relato de professores, as principais acomodações sensoriais utilizadas com os estudantes com TEA e perfil de DIS. Participaram do estudo seis estudantes com TEA e perfil de DIS, com faixa etária entre 7 e 11 anos de idade, matriculados no Ensino Fundamental I e seus respectivos professores. A coleta de dados foi realizada em duas cidades do interior do Estado de São Paulo, por meio de encontros com os professores, utilizando os seguintes instrumentos: Perfil Sensorial 2 de Acompanhamento Escolar e entrevista semiestruturada. Os resultados dessa pesquisa indicaram que todas os estudantes com TEA apresentam perfil característico de DIS, sendo identificados pelo Perfil Sensorial 2 que os quadrantes mais afetados foram Observação, Esquiva, Sensibilidade e Exploração respectivamente, além de identificar maiores desafios nas seções sensoriais visual, movimento, comportamento, auditiva e tátil. Quanto ao contexto escolar, toda a amostra demonstrou desafios no Fator Escolar 1 e 3. Ainda, foi identificado que poucos professores compreendem conceitos importantes do TEA, e nenhum conseguiu definir a IS. Apesar disso, reconheceram desafios sensoriais enfrentados pelos estudantes com TEA, entretanto, sem relacioná-los as DIS. Sobre as barreiras para a participação no contexto escolar, foram identificadas pelos professores as consequentes das características das DIS, os desafios no desempenho acadêmico, atenção, ansiedade do estudante, comportamentos desafiadores e socialização. Os facilitadores identificados foram o uso de recursos e estratégias para acomodação sensorial, reforçadores usados para mediar comportamentos, adaptações curriculares e intervenções mediadas por pares. Ainda, foi identificado a importância de uma rede de apoio ao professor no processo de inclusão escolar, composta por outros profissionais da escola como professores auxiliares e cuidadores, professores do Atendimento Educacional Especializado e a gestão da escola. Foi apontado como a parceria entre a família e a escola também é uma rede de apoio e colabora para o processo de inclusão. Por fim, foi identificado a necessidade do trabalho colaborativo entre profissionais especializados e professores a fim de trocar conhecimentos e informações e construir estratégias e adaptações a fim de facilitar a inclusão, permanência, participação e desempenho escolar dos estudantes. Dessa forma, baseado no conteúdo analisado, os resultados encontrados neste estudo apontam a importância da criação e planejamento de futuras formações que abordam as reais necessidades dos professores, por meio de outros modelos de formação, como a Consultoria Colaborativa, que visa promover trocas baseadas nas necessidades dos professores. Como sugestões para futuros estudos, destacam-se investigações com a família e que façam a observação do estudante na escola e intervenções por meio do trabalho colaborativo entre professores e terapeutas ocupacionais, com o objetivo de implementar acomodações sensoriais para promover a participação do estudante com TEA e DIS no contexto escolar.