Fauna atropelada do Estado de São Paulo – Estudo de caso na Rodovia Marechal Rondon: Desafios e soluções

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ramos, Gabriela Cortellini Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235641
Resumo: As primeiras estradas teriam sido construídas aproximadamente 3000 a.C., e, a partir da década de 1920, no Brasil, o sistema rodoviário se transformou na principal rede de transporte terrestre. Os empreendimentos lineares são essenciais na infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico de um país, porém são responsáveis por vários impactos sociais e ambientais, como poluição sonora e luminosa, fragmentação de habitats, dispersão de espécies exóticas e a perda da fauna por atropelamento, sendo esse último, a causa direta da mortalidade de vertebrados silvestres mais evidente da fragmentação de habitats. A malha rodoviária brasileira possui cerca de 1,7 milhão de quilômetros de extensão e uma frota de mais de 107 milhões de veículos, e, entre as diversas categorias de acidentes rodoviários, os acidentes provocados por animais representam a única categoria que demanda a indenização do usuário por parte do administrador rodoviário. Ao analisar os valores gastos com indenizações e o que seria gasto com infraestrutura, é observado que seria mais estratégico mitigar acidentes específicos envolvendo a fauna, do que ter que arcar com indenizações. As exigências de estudos sobre os impactos causados por grandes obras, dentre elas, as rodovias, abriu um novo campo de estudo, a Ecologia de Estradas, que envolve a função das estradas como ecossistemas, seus efeitos deletérios, e o gerenciamento desses empreendimentos. A chamada “fauna de estrada” pode servir como indicador da biodiversidade local, fornecer dados ecológicos sobre a história natural de algumas espécies, e revelar aspectos como o padrão de deslocamento e a dinâmica sazonal de algumas populações de espécies presentes na comunidade. Outro campo de estudo é a “Ecologia da Paisagem”, uma área de conhecimento que relaciona conceitos geográficos e biológicos para analisar a estrutura espacial da paisagem. Com estas informações pode-se avaliar o estágio de conservação local e estabelecer áreas prioritárias para proteção e manejo da fauna que utiliza rodovias como parte de seu habitat. Visando à preservação da diversidade biológica e consequentemente o banco genético animal, torna-se necessária à adoção de medidas mitigatórias para conter o impacto à fauna. Pensando nessa problemática, estudos vêm tentando identificar os chamados hotspots de atropelamentos, que consistem em trechos das rodovias que apresentam o maior índice de acidentes envolvendo a fauna, e, por meio da identificação, é possível traçar medidas de mitigação a fim de minimizar os impactos às populações ou comunidades de animais silvestres. As medidas de mitigação visam basicamente restabelecer algum grau de conectividade para minimizar o efeito de barreira e impedir os atropelamentos em pontos mais suscetíveis, podendo ser intervenções estruturais, manejo de usuários e manejo biológico. O objetivo geral desse estudo foi identificar o impacto de um trecho da rodovia SP-300 sob a fauna local, e, a partir do conhecimento gerado, estabelecer estratégias de mitigação.