Riqueza e diversidade de mamíferos não-voadores em um mosaico formado por plantios de Eucalyptus saligna e remanescentes de floresta atlântica no município de Pilar do Sul, SP.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silva, Claudia Regina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-18072002-151132/
Resumo: A Floresta Atlântica apresenta alta diversidade de mamíferos com muitas espécies endêmicas. No entanto, poucos estudos enfocam a distribuição, os padrões ecológicos e a utilização por estes animais, de ambientes alterados por ação antrópica em remanescentes de Floresta Atlântica. O Estado de São Paulo apresenta uma extensa área de reflorestamento com Eucalyptus spp mas nenhum estudo sobre a exploração destes ambientes pelas espécies de mamíferos silvestres havia sido realizado neste Estado. Este estudo desenvolvido em um mosaico formado por remanescentes de Floresta Atlântica em contato com plantios de E. saligna teve o objetivo de verificar a riqueza, a composição específica e a diversidade das espécies de mamíferos existentes na área, com especial atenção para o uso dos plantios de E. saligna pelos animais estudados. Para a coleta de pequenos-mamíferos utilizou-se armadilhas do tipo gaiola e pitfalls. Para o registro do uso dos plantios de E. saligna por mamíferos de médio e grande portes utilizou-se, durante 36 noites, parcelas de areia. Ambos os métodos foram utilizados nos três ambientes que compõem a paisagem local: floresta contínua, fragmentos circundados pelos plantios de E. saligna e os próprios plantios. Na área de estudo foram registradas 47 espécies e dentre estas, espécies ameaçadas de extinção como Puma concolor e Myrmecophaga trydactyla, espécies raras em levantamentos como Brucepattersonius igniventris e Monodelphis brevicaudata e uma nova ocorrência para o Estado de São Paulo: Blarynomys breviceps. Durante nove meses de coleta de pequenos mamíferos com um esforço amostral de 7290 dias-armadilhas e 3888 dias-pitfall, foram realizadas 537 capturas de pequenos mamíferos. As espécies com maior abundância relativa em ambientes de floresta nativa foram: Philander frenata, Oryzomys russatus e Marmosops incanus. Nos plantios de E. saligna, Oligoryzomys nigripes foi responsável por 55 % da abundância relativa de pequenos mamíferos. A diversidade de espécies foi semelhante nos dois ambientes de floresta nativa e menor nas plantios de E.saligna. Dentre os mamíferos de médio e grande portes, felinos utilizaram em maior proporção os plantios de E. saligna estudados. Os registros mais frequentes nas parcelas de areia foram de Mazama sp seguido por Tapirus terrestris. Estes resultados mais o atual contexto de fragmentação e degradação da Floresta Atlântica demonstram que os plantios de E. saligna na Fazenda João XXIII, se devidamente manejados, podem ser localmente importantes na conservação de mamíferos não-voadores, visto que este ambiente é utilizado como habitat ou mesmo para deslocamento por muitas espécies verificadas na área.