Palabras tortas: o portunhol literário de Fabián Severo e Douglas Diegues

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Catonio, Angela Cristina Dias do Rego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/155926
Resumo: Esta tese apresenta reflexões sobre a produção poética em portunhol do uruguaio Fabián Severo e do brasileiro Douglas Diegues. A poética em portunhol se insere na contemporaneidade entre as mais inovadoras formas do fazer literário, justificando estudos identificadores dessa construção sui generis que mescla a língua portuguesa e a língua espanhola ou, ainda, de sua vertente como portunhol selgavem, que acrescenta o guarani às outras duas. O portunhol emerge de forma híbrida e mestiça como uma língua anárquica, situando-se acima dos espaços geográficos e culturais, e circula muito além das fronteiras entre Brasil e Uruguai ou Brasil e Paraguai. O objetivo geral desta pesquisa é demonstrar que o portunhol literário, fundado em uma língua híbrida e multifacetada, muito mais do que simplesmente uma vertente artística literária, também expressa um estilo de vida e uma cultura tangível, reflexo das diversas relações entre língua e sujeitos. As produções de Severo e Diegues traduzem uma desobediência à língua padrão de seus países e, sobretudo, uma experimentação de amalgamar o português, o espanhol e o guarani em uma única língua. A partir de tais elementos, procura-se desvendar as características dessa linguagem transfronteiriça, a par de analisar e discutir seus aspectos simbólicos e culturais, uma vez que a produção desses autores nos obriga a encarar o local e o global de uma forma bem diferente do tradicional. Partimos da premissa de que o portunhol extrapola a oralidade dos habitantes da fronteira para chegar à escrita poética, rompendo os modelos convencionais da linguagem e apresentando um universo particular em que não há regras, nem internas nem externas, a serem seguidas. Como fundamentação teórica, destacamos os estudos de Synesio Sampaio Goes Filho (2013), Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling (2015), John Holm (2000), Fernando Tarallo e Tania Alkmin (1987), Gilles Deleuze e Félix Guattari (1992), Mikhail Bakhtin (2002 e 2010), dentre tantos outros.