As tríades do Portunhol Selvagem de Douglas Diegues: entre textos e sujeitos, uma língua poeticamente calculada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Peres, Warleson lattes
Orientador(a): Carrizo, Silvina Liliana lattes
Banca de defesa: Magaldi, Carolina Alves lattes, Pereira, Maria Luiza Scher lattes, Oliveira, Edmon Neto de lattes, Abrantes, Fernanda Arruda lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10934
Resumo: A presente tese tem por objetivo analisar a produção literária do escritor brasiguaio Douglas Diegues que constrói sua obra a partir de sua língua inventada – o Portunhol Selvagem, conformando duas línguas de base: o português e o espanhol, agregando o guarani, entre outras línguas. As relações intersubjetivas promovem esse processo de hibridação (CANCLINI, 2013) no contexto da Tríplice Fronteira e geram identificações com os habitantes e as pessoas que transitam por esse entre-lugar (SANTIAGO, 2000) que se configura como um espaço conflituoso e cheio de tensões, sempre em devir. A partir da sua obra literária e não-literária, passando pelas entrevistas e suas postagens nas redes sociais, especialmente, no Facebook, são construídas tríades de análise para interpretação e compreensão desse duplo trabalho: de escritor e de criador de uma língua literária, aqui estudado enquanto o cálculo do poeta (NANCY, 2016). Ao nos apropriarmos do conceito de inacabamento (ZUMTHOR, 1998), a tese configura-se como uma colcha de retalhos, em que inúmeros recortes vão compondo um trabalho que se pretende aberto a receber outras vozes, a fim de confirmar as hipóteses levantadas. Desse modo, retomamos o mito de Babel, efetuando uma leitura positiva de uma narrativa carregada historicamente de aspectos negativos. O trajeto delineado revela imagens (DURAND, 2011; DIDI-HUBERMAN, 2013) e imaginários coletivos presentes na fronteira, que ressignificam a obra dieguiana. A performance (ZUMTHOR, 2007) do autor contribui para que a leitura e a recepção (ZUMTHOR, 2007) de seu trabalho possam ser constituídas também no conceito de inacabamento. Por fim, destaca-se que a presente tese é uma imersão pelo universo singular de Diegues e traz textos vários, por ele produzidos ou transdelirados, que vão construindo a obra de um escritor contemporâneo atravessado por contradições de um mundo globalizado e contribuindo para a transformação do cenário literário latino-americano.