Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Soares, Cleber Éderson |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153595
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Resumo: |
O objetivo de estudo deste projeto são os livros de poesia Lamentação Floral, de 1946, e Sol Sem Tempo, de 1953, ambos de autoria de Péricles Eugênio da Silva Ramos (1919-1992), um dos poetas mentores da “Geração de 45” em São Paulo. Este estudo tem como objetivo analisar a linha clássica que a crítica identifica como predominante nesses livros. A crítica o destaca como um poeta essencialmente órfico. Entretanto, além desse referencial clássico, percebemos que o poeta também resgata outros como o discurso oracular, a tragédia grega, o erotismo e o sublime gregos. Tais referenciais aparecem dissolvidos em sua poesia e com eles, o poeta nos coloca em contato com amplas questões estéticas e ontológicas do universo grego, como a concepção do cosmos como a luta e combinação de contrários. A linha clássica sinalizou um conjunto de questões em comum com os pressupostos estéticos do surrealismo, principalmente em relação à necessidade do retorno ao mundo primitivo, para que o homem reaprendesse a superar a barreira entre sonho e realidade, resgatando seu espírito criativo. Para atingir tal objetivo, Péricles recria o mundo órfico grego e situa o leitor na condição de Orfeu, que enfrenta o caos original e o organiza mediante a criação de unidades cósmicas, cuja essência é a construção da suprarealidade almejada pelos surrealistas. Na perspectiva da exploração de questões ontológicas, detectamos que o poeta resgata do mesmo referencial grego uma concepção de futuro disfórico, que se concretiza na conciliação dos contrários, tendo como meta a configuração do tempo presente, como uma unidade transitória. Essas concepções auxiliam-no a repensar seu tempo, marcado pelo período entre as duas Grandes Guerras Mundiais e pelo pós-guerra. |