Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Tarzia, Milena |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191287
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Resumo: |
A presente tese tem por intento compreender e questionar a existência, a atuação e o papel desempenhado pelo mito de Dioniso-Zagreu na tradição órfica da Grécia clássica, e na eventual dramatização desses mistérios. Seria este realmente o mito cardinal do orfismo ou ele é uma ficção intencionalmente provocada pelas leituras apologéticas dos estudiosos do século XIX? Integra-se a ele uma antropogonia inovadora ou não há evidências para tal construção teórica? A antiguidade, o conteúdo e a centralidade do mito têm sido motivo de amplo debate entre os estudiosos do tema. E esses debates, muitas vezes, se ajustam a imagens viciadas e induzidas das fontes, referências, métodos e materiais de investigação. Enquanto alguns intérpretes e comentadores inserem sua origem e, sobretudo, sua propagação, a partir V século AEC, outros, influenciados pelo cetiscimo e pelos apelos da hipercrítica, advogam pela inexistência tanto do mito, quanto da doutrina do pecado original que supostamente faria parte da composição desta narrativa. Munida de perspectivas e interpretações plurais, esta pesquisa visa a percorrer a história da tradição órfica, em busca de imagens que deem conta dessa multiplicidade intrínseca e característica do universo dionisíaco, a fim de analisar também as crenças peculiares às práticas de representação dramática e se elas estariam presentes no ritual órfico, em especial no período clássico, a partir da simbologia estabelecida à época pelos testemunhos, pela iconografia e pelos textos esotéricos, como o Papiro de Derveni, o Papiro de Gurôb, as Lâminas de ouro e as placas de osso de Ólbia. Em que pese o recorte temporal desta análise, as fontes tardias e a contribuição discursiva dos neoplatônicos e primeiros autores cristãos não foram descartadas de imediato, posto que também compõem imagens, representações, valores e significações do orfismo, fenômeno híbrido que dialoga com uma variedade intensa de manifestações e que, em função disto, permanece presente como objeto de estudo dos mais controvertidos e lacunares, mas que nem por isso perde em beleza e complexidade. |