Caminhar por arquivos e suas imagens viandantes: uma abordagem antropológica e poética com os arquivos fotográficos de Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta e Hidetaka Hasegawa
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/253384 https://orcid.org/0000-0002-5337-9072 |
Resumo: | Nas últimas décadas, os arquivos ganharam centralidade nas reflexões de diferentes áreas do campo das ciências sociais, o mesmo se passou com a imagem que se impôs com muita força em nossa vida por meio de suas dimensões culturais, estéticas, históricas, sociais e técnicas. Portanto, esta pesquisa se vincula à abordagem teórica e metodológica constituinte da antropologia visual em uma perspectiva que se propõe refletir, pensar e produzir conhecimento sobre os regimes e sistemas visuais fotográficos. Para isso, mobilizo imagens oriundas de diferentes arquivos fotográficos produzidas por quatro imigrantes japoneses que atuaram como fotógrafos, de forma amadora e/ou profissional, principalmente no período que abarca as décadas de 1950 e 1960, em cidades localizadas no interior dos estados do Paraná e de São Paulo, são eles: Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta e Hidetaka Hasegawa, que viveram e fotografaram respectivamente nas cidades de Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Maringá (SP) e Adamantina (SP). Essas fotos estão armazenadas, guardadas e salvaguardadas em arquivos heterogêneos, pois estão em instituições públicas e privadas responsáveis por esses patrimônios imagéticos e nas residências de familiares e herdeiros-guardiões, além de serem múltiplos os artefatos imagéticos que os compõem. Dessa forma, pensar com e por meio de imagens envolveu construir um campo para a realização da pesquisa que se apresenta em duas dimensões: o bibliográfico-biográfico e o gráfico-visual, e por meio deles caminhei por esses arquivos e com suas “fotografias viajantes”. Diante da multiplicidade das imagens encontradas e acessadas, e de seus contextos arquivísticos diretamente conectados com as trajetórias de vida dos fotógrafos, o primeiro movimento da pesquisa envolveu compreender as trajetórias desses indivíduos, ou seja, fazer da intenção biográfica um exercício etnográfico e, assim, promover um diálogo entre as fotos e suas vidas. As imagens fotográficas abordadas enquanto artefatos e objetos-imagem carregam consigo a qualidade de tornar real o passado, além de se constituírem como as principais interlocutoras da pesquisa e, portanto, é com elas e por meio delas que construí, montei e propus uma abordagem criativa para esses arquivos fotográficos. Essa experiência de pensar com e fazer pensar as fotografias foi construída à maneira de um artesão, por meio do gesto da montagem que envolveu desmontar, montar e remontar as imagens para então dispô-las em álbuns e outros experimentos a fim de apresentar não só os modos de ver, mas também de inventar uma forma de estar e imaginar a cidade por meio do fotográfico. |