Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lee, Daniel Antônio Braga [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257519
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Resumo: |
A família Bartonellaceae é formada por -proteobactérias Gram-negativas intracelulares facultativas capazes de infectar diversos tipos celulares, principalmente eritrócitos e células endoteliais, de uma grande variedade de mamíferos. Algumas espécies são agentes causadores das bartoneloses, enfermidades emergentes e reemergentes com amplo espectro clínico e responsáveis por agravos à saúde humana e animal. A principal forma de transmissão destes agentes é por meio da picada ou excretas de artrópodes hematófagos (pulgas, piolhos, carrapatos e flebotomíneos), tornando a busca por vetores essencial. Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) atuam como vetores de Bartonella baciliformis, agente causador da Doença de Carrión nos países andinos. Estão amplamente distribuídos pelo território brasileiro, com um total de 304 espécies diferentes identificadas. O presente estudo teve como objetivo investigar a ocorrência e caracterizar molecularmente Bartonella spp. em flebotomíneos capturados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para tal, foram analisados 634 flebotomíneos, classificados em 44 espécies pertencentes a 14 gêneros diferentes, capturados nos estados do Acre (Rio Branco, n=206; Xapuri, n=106), Alagoas (Estação Ecológica de Murici, n=72), Bahia (Parque Nacional do Pau Brasil, n=91), Ceará (Parque Nacional do Ubajara, n=27), Pará (Floresta Nacional do Tapajós, n=51), Pernambuco (Parque Estadual de Dois Irmãos, n=14) e Roraima (Parque Nacional do Viruá, n=67). DNA foi extraído de cada espécime individualmente utilizando o TRIzolTM. Como resultado, 100% (634/634) das amostras de DNA foram positivas para o ensaio de PCR baseado no gene endógeno de invertebrados cox-1. Destas, 8,7% (55/634) foram positivas na PCR em tempo real quantitativa (qPCR) baseada na região intergênica 16S-23S (ITS) de Bartonella spp.: 48 amostras do Acre (n=18 Nyssomyia antunesi; n=sete Evandromyia walkeri; n=cinco Trichophoromyia sp.; n=quatro Lutzomyia sherlocki; n=três Nyssomyia shawi; n=dois Psychodopygus llanosmartinsi; n=dois Psychodopygus davisi; n=um Bichromomyia flaviscutellata; n=1 Evandromyia saulensis; n=1 Nyssomyia sp.; n=1 Nyssomyia whitmani; n=um Pintomyia nevesi; n=um Pintomyia serrana; n=um Viannamyia furcata); duas amostras de Alagoas (n=dois Trichophoromyia viannamartinsi); duas amostras de Roraima (n=um Psychodopygus squamiventris; n=um Psychodopygus ayrozai); uma amostra da Bahia (Trichopygomyia longispina); uma amostra do Ceará (Lutzomyia longipalpis); e uma amostra do Pará (Psychodopygus paraensis). Nos ensaios de PCR convencional utilizados para caracterização molecular, quatro (4/55; 7,3%) foram positivas para o gene gltA; quatro amostras (4/55; 7,3%) foram positivas para a região intergênica (ITS) 16-23S rRNA; duas (2/55; 3,6%) foram positivas para o gene ftsZ; duas (2/55; 3,6%) foram positivas para o gene pap31; uma (1/55; 1,8%) foi positiva para o gene rpoB; e uma (1/55; 1,8%) foi positiva para o gene nuoG. Dois amplicons puderam ser sequenciados, gerando uma sequência de 377 pb do gene gltA (detectada em espécime de Lutzomyia longipalpis capturado no Ceará) e uma sequência de 345 pb do gene nuoG (detectada em espécime de Nyssomyia antunesi capturado no Acre). A sequência nuoG demonstrou uma similaridade de aproximadamente 94% com sequências de Bartonella sp. previamente detectadas em morcegos da Guatemala. Já a sequência gltA demonstrou uma similaridade >96% com sequências de B. ancashensis previamente isoladas de humanos do Peru, além de posicionar-se filogeneticamente no mesmo sub-clado que tais sequências e uma sequência de Bartonella sp. previamente detectada em um flebotomíneo (Dampfomyia beltrani) do México. O presente estudo forneceu a primeira evidência molecular da ocorrência de Bartonella spp. em flebotomíneos do Brasil, em L. longipalpis do Ceará e N. antunesi do Acre. |