Por uma dramaturgia pallottiniana : a (in)segurança socioespacial e a metáfora da carência em ‘Pivete’

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Monteiro, Carla Forini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250647
Resumo: Esta pesquisa de mestrado realiza um estudo analítico-interpretativo do texto teatral Pivete (2004), de Renata Pallottini (1931-2021), com ênfase na relação entre as personagens em determinado tempo e espaço, sendo este contato responsável por auxiliar a conceber o território e as suas dimensões, e vice-versa. O objetivo é explorar o drama enquanto forma (todo orgânico) e estrutura (história e discurso), nesse ponto de vista, o espaço de experiência e o horizonte de expectativas tornam-se “agentes da estrutura”, pois existem vínculos sociológicos que, mesmo fora de cena, são fundamentais para o desenvolvimento da ação dramática. No percurso da pesquisa, parte-se da hipótese de que a miséria, a violência e a imoralidade que permeiam o imaginário sobre o elevado da Amaral Gurgel viabilizam ações violentas e grotescas. É no jogo estratégico de ação e reação, de pergunta e resposta, de dominação e de esquiva no espaço diegético que as personagens-tipo revelam os seus traumas (a carência, a solidão, os problemas com as instituições disciplinares, o isolamento social etc.). A fim de elucidar tais hipóteses, valho-me de exibições artísticas que possibilitam uma análise na clave da reminiscência literária, direcionada ao estudo de temas e à representação de tipos. Tendo em vista que se trata de uma obra relevante da dramaturgia brasileira, bem como de uma representação das relações marginais no espaço das ruas, Pivete é o palco ideal para dar voz aos excluídos. Com efeito, a seção “Retratos e traços de uma dramaturga” traz à baila a biobibliografia da autora, os caminhos que a conduziram à pesquisa e à escrita teatral, e também reflexões críticas e analíticas concernentes à sua produção literária. Na seção “Do texto à cena: dramatizando cantos sombrios” ocorre o intercâmbio entre duas àreas do conhecimento, Geografia e Literatura, com o propósito de analisar o espaço e suas dimensões. “No proscênio analítico: a configuração das personagens” é uma seção dedicada à análise das personagens, comparando-as entre si e com outras personas literárias. A seção “O pivete dos palcos, das telas e das canções”, sob uma abordagem comparativa, estabelece paralelos entre a obra dramática de Renata Pallottini, a música Pivete (1978), de Chico Buarque, e Pixote (1980), de Hector Babenco. Esse percurso focaliza a viabilidade de (re)avaliar, em diálogo com a realidade, a instabilidade e\ou a insegurança socioespacial e parental dos “pivetes”.