Prevalência da deficência de vitamina D em mulheres na pós-menopausa no diagnóstico de câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Machado, Murilo Renato Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154289
Resumo: Objetivo: Avaliar a ocorrência e os fatores de risco para deficiência de vitamina D em mulheres na pós-menopausa no diagnóstico do câncer de mama comparado a mulheres na pós-menopausa sem câncer de mama Métodos: Realizou-se estudo clínico de corte transversal com 209 mulheres com câncer de mama comparadas a 418 mulheres (controle), com idade entre 45-75 anos atendidas em Hospital Universitário. Foram incluídas no grupo principal mulheres com amenorréia >12 meses e idade ≥45 anos, com diagnóstico histológico recente de câncer de mama, sem uso de medicações ou condições clínicas que interfiram nos valores de vitamina D. O grupo controle foi constituído por mulheres com amenorréia >12 meses, idade ≥45 anos, sem câncer de mama. Os grupos foram pareados por idade e tempo de menopausa na proporção 1 caso para 2 controles, conforme cálculo amostral, com mínimo de 205 pacientes com câncer de mama. Dados clínicos e antropométricos foram coletados por meio de entrevista. Foi solicitada dosagem sérica de 25 hidrovitamina D [25(OH)D], 20-30 dias após o diagnóstico do câncer de mama, antes do tratamento proposto, sendo considerados valores suficientes ≥ 30ng/mL. Foram coletados dados sobre o câncer de mama (histopatológico, grau, estádio do tumor, linfonodos) e o status hormonal (receptor de progesterona, RP; receptor do fator de crescimento epidérmico humano-2, HER2) e a atividade proliferativa epitelial (Ki67). Para análise estatística foram empregados: Teste t-student, Distribuição Gama (variáveis assimétricas), Teste do Qui-Quadrado e Regressão Logística (odds ratio-OR). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Botucatu (nº 1.874.357). Resultados: A média de idade das pacientes com câncer de mama foi de 60.7 ± 10.4 anos, sendo que 29.7% das mulheres apresentavam tumores menores que 2cm, 66.5% estavam no estádio 1 (doença inicial), 43.5% com linfonodos axilares negativo, RE e RP foram positivos em 82.8% e 70.3% respectivamente, HER2 foi negativo em 80.4% e Ki67 estava acima de 14% em 67.5% dos casos. Na comparação entre os grupos quanto às características clínicas, as pacientes com câncer de mama apresentaram maior valor de índice de massa corpórea (IMC), com maior percentual de obesidade quando comparado ao controle (57.4% vs 40.2%, respectivamente) (p<.0001). Por outro lado, maior percentual de mulheres no grupo controle fazia uso de terapia hormonal quando comparadas ao controle (38.0% vs 11.0%, respectivamente) (p<.0001). Na distribuição percentual dos valores de 25(OH)D entre mulheres com e sem câncer de mama foi observada que as pacientes com câncer de mama apresentaram maior ocorrência de valores de 25(OH)D insuficientes (20 a 29 ng/mL) e deficientes (<20 ng/mL) quando comparadas as pacientes do grupo controle (55.6% vs 49.3%, p=0.039 e 26.2% vs 20.3%, p=0.018, respectivamente). Na análise de risco ajustado para idade, tempo de menopausa e IMC, as mulheres com câncer de mama apresentaram 1.5 vezes maior risco para ocorrência de hipovitaminose D (OR=1.52; IC 95% 1.04-2.22, p=0.029) quando comparadas as mulheres sem câncer. Conclusão: Mulheres na pós-menopausa com diagnóstico recente de câncer de mama apresentaram maior risco para hipovitaminose D, associado à maior ocorrência de obesidade quando comparadas a mulheres na mesma faixa etária sem câncer.