O terrorismo de extrema-direita como ameaça na agenda de segurança Ocidental no século XXI: articulação ideológica, estrutura transnacional e representações estatais do inimigo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Amyuni, Álvaro Anis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250184
Resumo: O terrorismo de extrema-direita é um fenômeno que tem se destacado desde a década de 2010 pela sua ocorrência virulenta nas democracias ocidentais e por sua crescente transnacionalização. Em particular, países como Noruega, Estados Unidos e Nova Zelândia foram palcos de grandes atentados terroristas de tal inspiração ideológica. Ao contrário de grupos e campanhas terroristas vistas no passado, a extrema-direita organiza-se de maneira difusa e desconcentrada, sem uma cadeia de subordinação clara. Na ponta do processo de fabricação da violência por este campo político, encontram-se os “lobos solitários”, indivíduos radicalizados por ideologias de extrema-direita tais como o fascismo, o nazismo, a supremacia branca e o ultranacionalismo. Apesar das ações terroristas acontecerem localmente, a extrema-direita possui uma intensa dinâmica transnacional manifestada pelo fluxo de informações e conteúdo ideológico no âmbito digital. O terrorismo enquanto um fenômeno psicológico e político demanda a compreensão da dialética de sua ocorrência objetiva com as representações discursivas subjetivas do Estado que efetivamente o enquadra como uma ameaça a ser combatida. Em nível internacional, essas representações importam para a construção de agendas de cooperação contra uma ameaça compartilhada. As características inerentes à organização e atuação da extrema-direita e o comportamento estatal frente ao fenômeno terrorista induzem a investigação deste fenômeno à luz não só da produção de violência objetiva, mas do que os Estados fazem dela. Assim, a agenda de segurança ocidental e global ainda não se voltou completamente para a questão. A implantação de normas e dispositivos contraterroristas internacionais frente a grupos de extrema-direita se mostra muito incipiente. Dessa forma, faz-se necessário a pesquisa das razões dessa não-evolução de agenda a partir da análise de discurso aplicada aos casos dos três países supracitados.