Efeitos da restrição proteica materna associados ao consumo do açúcar sobre o metabolismo, parâmetros reprodutivos e morfofisiologia prostática na prole de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Colombelli, Ketlin Thassiani [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204543
Resumo: O aumento da incidência de síndromes metabólicas na população tem sido associado à fatores nutricionais maternos e da prole, como a restrição proteica materna (RPM) e o alto consumo de produtos com açúcares de adição da infância até a vida adulta. Estudos epidemiológicos e experimentais demonstram que ambos os tipos de fatores têm efeitos negativos sobre o sistema genital masculino. Além de efeitos negativos durante a fase adulta, também ocorrem alterações no envelhecimento, como a ocorrência de carcinoma in situ. Portanto, torna-se relevante investigar se a RPM modula parâmetros funcionais nos órgãos reprodutivos (próstata, testículo e epidídimo) da prole após ao consumo de açúcar pós-natal na idade adulta e no envelhecimento. O objetivo deste trabalho foi avaliar se a RPM e consumo pós-natal do açúcar afetam os órgãos reprodutivos (próstata ventral, testículo e epidídimo) e se o consumo de açúcar pós-natal afeta a morfofisiologia prostática nos animais adultos repercutindo em possíveis patologias no envelhecimento. Foram utilizados ratos Sprague Dawley machos nascidos de mães que receberam ração normoproteica (Controle- CTR, 17% proteína) ou hipoproteica (Restrição Proteica Gestacional e Lactacional- RPGL, 6% proteína) durante a gestação e a lactação, no dia pós-natal 21 (DPN- desmame) os machos foram divididos em 4 grupos e todos passaram a receber a ração normoproteica: Controle (CTR): nascidos de mães CTR que consumiram água normal ad libitum; Controle+açúcar (CTR+AÇÚ): consumiram solução de açúcar a 10% diluída em água do DPN 21 ao DPN 90; RPGL: nascidos de mães RPGL que consumiram água normal ad libitum; RPGL+AÇÚ: Nascidos de mães RPGL, que consumiram solução de açúcar do DPN 21 ao DPN 90. Após o DPN 90 todos os animais consumiram água normal. Os animais foram eutanasiados no DPN 90, onde foram coletadas as próstatas ventrais, testículos e epidídimos para análises morfofisiólogas e de contagens espermáticas; além disso para a próstata ventral de ambas as idades (DPN 90 e 540) foi analisado o perfil proteômico. Adicionalmente, foram realizados os testes de tolerância a glicose oral (TTGO) e análise do perfil metabólico e sérico dos animais no DPN 90 e 540. Nos testículos e nos epidídimos foram feitas as análises de contagem espermática e morfofisiológicas no DPN 90. As proteínas totais, triglicerídeos, glicose e colesterol total não mudaram em ambas as idades. No TTGO, o grupo CTR+AÇÚ apresentou glicemia maior no tempo de 120 minutos e na área sob a curva (ASC), um aumento significativo em relação ao grupo CTR, o que caracteriza intolerância à glicose. Para os parâmetros de peso corpóreo e distância ano-genital em ambas as idades foram reduzidas nos grupos RPGL, sendo que a PV não apresentou diferença no peso. Nas análises de componente principal do perfil proteômico, no DPN 90 os grupos não tiveram distribuição distinta, já no DPN 540 tiveram distribuição mais distinta entre os grupos, em especial para o grupo RPGL+AÇÚ. Os grupos que consumiram o açúcar enriqueceram vias relacionadas à autofagia, metabolismo de glicose desde o DPN 90, persistindo até o envelhecimento, enquanto a RPM alterou vias relacionadas à proliferação celular, ciclo celular e vias de estrógenos. Os termos enriquecidos em cada idade pelas proteínas diferencialmente expressas podem ter refletido nas alterações morfofisiológicas visualizadas nos grupos tratados (CTR+AÇÚ, RPGL e RPGL+AÇÚ) nos DPNs 90 e 540. Além disso, no DPN 540 observou-se diferentes lesões como atrofia inflamatória, atrofia epitelial, displasia, além do carcinoma in situ nos animais dos grupos CTR+AÇÚ e RPGL. Para as análises dos parâmetros reprodutivos os animais dos grupos RPGL e RPGL+AÇÚ tiveram uma diminuição da contagem espermática além da diminuição do tempo de trânsito no epidídimo. Portanto, estas análises nos mostram que a RPM associada ao consumo de açúcar pós-natal pode potencializar os efeitos na função reprodutiva e que em especial na próstata ventral estes podem contribuir para o desenvolvimento de lesões prostáticas.