Resumo: |
Sabe-se que o padrão demográfico mundial está em constante transformação, com um aumento significativo do número de idosos, o que é particularmente evidente no Brasil. Junto com o envelhecimento pode surgir algumas síndromes, condições que diminui a capacidade do organismo de responder a estressores externos, causando maior índice de hospitalização. Pensando nisso esse trabalho tem como objetivo comparar os parâmetros de capacidade funcional, cinemática da marcha e força muscular inspiratória em idosos com manifestações clínicas de fragilidade, em relação aos desfechos hospitalares de internação de curta duração, longa duração e óbito. Além disso, associar esses parâmetros ao tempo de internação e identificar sua habilidade em predizer o desfecho hospitalar nesse grupo de idosos fragilizados. Trata-se de um estudo prospectivo, observacional, de coorte realizado com 27 indivíduos com 60 anos ou mais, internados no Hospital Manoel de Abreu, Bauru-SP. Apenas idosos com diagnóstico de fragilidade ou pré-fragilidade, conforme o fenótipo de Fried et al (2001), foram elegíveis. Foram coletados dados sobre a cinemática da marcha utilizando um sistema de aquisição de dados por Bluetooth (TM400, Noraxon, Phoenix, EUA). As fases da marcha foram determinadas por meio de um acelerômetro fixado na região do maléolo lateral do membro inferior direito (Inline Accelerometer, Noraxon, Phoenix, EUA). Para avaliação da força muscular inspiratória foi utilizando o S-Index, parâmetro medido pelo POWERbreathe® K5. E para avaliação da funcionalidade realizamos a aplicação da escala Medical Research Council (MRC); a escava visual analógica (EVA); e a aplicação da Short Physical Performance Battery (SPPB). A coleta de dados foi concluída após um mês, registrando desfechos hospitalares, categorizados em óbito, internação de curta duração (menos de 10 dias) e internação longa (mais de 10 dias). A análise discriminativa stepwise identificou que apenas a força muscular inspiratória foi capaz de discriminar os grupos de internação curta e óbito, assim como os grupos de internação longa e óbito (p < 0,001). Além disso, para o limiar de ∆= -53,23% no S-Index, observou-se uma sensibilidade de 92,85 e especificidade de 78,57. Com isso, concluímos que a força muscular inspiratória, avaliada pelo S-Index, pode ser um preditor do desfecho hospitalar em idosos com manifestações clínicas da síndrome da fragilidade. |
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