“O que estou fazendo neste lugar e quem sou eu?”: a loucura e o desejo feminino em Wide Sargasso Sea, de Jean Rhys

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nunes, João Lucas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217748
Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo produzir uma análise crítica e interpretativa do romance Wide Sargasso Sea, publicado em 1966 pela escritora dominiquenha Jean Rhys, sob a perspectiva da representação da loucura e do desejo feminino, bem como do encarceramento e do isolamento psicológico aos quais a protagonista, Antoinette Cosway, é submetida. A obra de Rhys está no centro do debate dos estudos feministas e pós-coloniais de literatura inglesa, com temas relevantes como a violência do colonialismo britânico e o silenciamento da mulher colonizada e miscigenada. Antoinette Cosway é Bertha Mason, a mulher louca do sótão, personagem criada pela escritora inglesa Charlotte Brontë para o seu romance autobiográfico Jane Eyre (1847). Ao centralizar seu romance na personagem de Brontë, Rhys estabelece um diálogo constante e direto entre as duas obras, fazendo reverberar a ousadia e a importância da escrita de autoria feminina como luta pelo direito à escrita e à voz das mulheres. Jean Rhys dá à Bertha Mason uma segunda chance, a oportunidade de contar ao leitor a sua própria história, desmistificar o equívoco de seu casamento, o mistério por trás de suas origens e por trás de como fora parar no sótão de Thornfield Hall, na Inglaterra. Para tal, revisita a sua juventude em Coulibri, desde antes de seu casamento, e disputa o turno narrativo da obra com o seu marido. O suspense é elemento constante durante toda a narrativa, que não revela sequer o nome do esposo da protagonista. Na forma de dissertação de mestrado, a análise está dividida em três capítulos que buscam abarcar toda a complexidade da heroína e da obra mais aclamada de Jean Rhys, bem como as temáticas de gênero, raça e colonialismo. Além disso, a tese também traz a polêmica por trás da crítica de Rhys e de sua suposta escrita autobiográfica.