Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ferrari, Luísa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255089
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Resumo: |
Este trabalho tem por objetivo maior investigar, em viés diacrônico, regularidades de mudança particulares ao desenvolvimento histórico de novos mecanismos de coordenação contrastiva. À luz de uma perspectiva que admite a interação entre várias dimensões da linguagem na configuração das relações de contraste (LANG; ADAMÍKOVÁ, 2007; MAURI, 2008ab), a principal questão de pesquisa é: que mudanças atuam e interagem nos domínios do significado, da prosódia e da morfossintaxe na constituição histórica de novas construções coordenadas contrastivas? Para responder à questão, o trabalho mobiliza como objeto de estudo instâncias de mudança do português brasileiro, que, dando origem a novos juntores contrastivos, configuram um lugar favorável à observação de fatos de mudança mais gerais concernentes à junção contrastiva. São alvo de investigação as mudanças que resultam, no português contemporâneo, em construções de contraste com 'agora', 'enquanto (que)', 'só que' e 'ao passo que', construções relativamente recentes que são fruto de duas grandes estratégias de criação de juntores atestadas nas línguas românicas: o reaproveitamento de palavras já existentes e a produção de perífrases conjuncionais a partir da combinação de palavras de diferentes categorias à partícula 'que'. Assumindo uma concepção de mudança que entende a pragmática como sua força motriz (TRAUGOTT; DASHER, 2002; HEINE; KUTEVA, 2007; BYBEE, 2010, 2015; NARROG; HEINE, 2021), a via principal de investigação reside na análise, qualitativa e quantitativa, dos contextos que disparam, por meio de inferências convidadas, transformações de significado, com consequências diretas para a prosódia e para a morfossintaxe. O universo de investigação compreende textos de duas grandes tradições discursivas, favoráveis tanto ao desenvolvimento quanto ao uso de juntores contrastivos – a argumentação e a conversação espontânea –, e tem como recorte temporal o período do século XVIII ao XXI, constituindo-se por um total de 3.780.651 palavras, distribuídas ao longo de seis estados de língua. Os resultados mostram que as mudanças de significado, ponto de partida para as demais alterações, são ocasionadas por um processo de reanálise que leva à constituição gradual de paralelismos funcionais, a partir da ascensão de uma estrutura conceitual comparativa já inerente, em camadas mais profundas de significado, às fontes dos novos juntores. A ascensão e a proeminência dessa estrutura revela-se essencial para o desenvolvimento de duas propriedades fundamentais à coordenação contrastiva – similaridade e exterioridade –, com consequências que se projetam em ambos os níveis da prosódia e da morfossintaxe. |