O /S/ em coda silábica no português falado nas comunidades rurais afro-descendentes de Cinzento/Ba e Sapé/BA: uma análise sociolinguística. AS DE CINZENTO-BA E SAPÉ-BA: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Almeida, Jailma da Guarda lattes
Orientador(a): Ramaciotti, Dante Eustachio Lucchesi lattes
Banca de defesa: Bandeira, Manuele, Ramaciotti, Dante Eustachio Lucchesi, Dantos, Gredson dos, Mota, Jacyra Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35926
Resumo: O presente trabalho propõe-se a analisar o /S/ em coda silábica nas comunidades afrobrasileiras de Sapé-Ba e Cinzento-Ba, com base nos princípios teóricos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]). A hipótese que rege esta pesquisa é a de que, por conta de sua formação histórica, as comunidades apresentam especificidades no que tange ao fenômeno estudado quando comparadas a outras variedades do português brasileiro que não possuem a história sociolinguística das comunidades de fala afro-brasileira. Para este trabalho, foram analisadas 1200 ocorrências de /S/ em coda silábica na comunidade de Sapé e 1200 em Cinzento, totalizando 2400 dados. As entrevistas analisadas fazem parte do Acervo de Fala do Português Afro-Brasileiro do Estado da Bahia, coletadas pelo Projeto Vertentes (UFBA). Os dados foram extraídos da fala informal de seis homens e seis mulheres, em cada comunidade, sem ou com até cinco anos escolarização, naturais das localidades indicadas, escolhidos aleatoriamente de acordo com três faixas etárias: faixa I, de 20 a 40 anos; faixa II, de 41 a 60 anos e faixa III, mais de 60. As ocorrências foram submetidas à análise estatística multivariada pelo programa Goldvarb X. Os resultados mostram que a realização alveolar, de maneira geral, tanto em Sapé quanto em Cinzento, é mais usada pelos falantes da faixa etária I, enquanto o apagamento é mais utilizado pelos falantes da faixa etária III. A realização palatal ocorreu, sobretudo, na comunidade de Sapé e se concentrou em interior de vocábulo. A aspiração ocorreu em interior de vocábulo e em final de vocábulo seguido de consoante. Conclui-se, então, que há nas comunidades um quadro de mudança em progresso nos termos de Labov (2008 [1972]), visto que os falantes mais idosos de ambas as comunidades são os que mais apagam a consoante, em contraposição aos falantes da faixa etária I, que lideram a implementação da variante considerada padrão.