A financeirização da habitação: a produção e consumo da moradia a partir da securitização imobiliária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, João Vitor de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/253313
Resumo: A emergência da crise financeiro-imobiliária iniciada nos Estados Unidos na primeira década dos anos 2000 e que se disseminou pela economia mundial, trouxe para o centro dos estudos urbanos as estreitas relações existentes entre os mercados financeiros e os imobiliários, em especial a partir de uma das principais frentes desse processo que se convencionou chamar de processo de financeirização, a securitização imobiliária. Tais relações vem se mostrando essenciais para compreensão do processo de produção do espaço urbano na cidade contemporânea, a partir do surgimento de complexos instrumentos de financiamento da produção imobiliária que tem, como origem dos recursos monetários, o mercado financeiro. Nesse sentido, a pesquisa se dedica a investigar a trajetória desses processos no Brasil a partir dos dados de emissão de um desses complexos instrumentos, os Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRIs), realizados entre 2011 e 2020, tendo em vista elucidar não apenas seu surgimento e a estruturação de seu mercado, mas como eles vão paulatinamente sendo adotados pelos mais diversos agentes de produção do espaço urbano, de diferentes portes e escalas de atuação, se disseminando espacialmente pela rede e estrutura urbana, além de alcançarem imóveis de diferentes usos e faixas de preço. Nota-se a partir da análise dos dados e dos agentes envolvidos a existência de duas lógicas da securitização imobiliária: uma ligada à produção e outra ao consumo do imobiliário que apresentam temporalidades distintas. Dessa forma, o trabalho se propõe à construção de análise que valorize as interfaces entre esses dois mercados, aparentemente distantes, o financeiro e o imobiliário, mas que se mostram estreitamente imbricados.