Estudo hidroquímico do rio Alambari, no município de São José dos Campos (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lee, Isabella Gumiero [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213845
Resumo: Esta dissertação descreve um estudo hidroquímico realizado no rio Alambari, que atravessa as dependências da Refinaria Henrique Lage (Revap - Petrobrás), no município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. O objetivo do trabalho foi a caracterização hidroquímica das águas do rio Alambari para avaliar sua qualidade, e a verificação da presença de efluentes domésticos e/ou industriais e de demais impactos ambientais causados em decorrência das atividades da refinaria. Duas campanhas de amostragem foram realizadas, com o objetivo de coletar amostras de água do rio Alambari em 32 pontos de monitoramento. Adicionalmente, foi coletada uma amostra de água pluvial. Foram analisados parâmetros físico-químicos (temperatura, pH, potencial oxidação-redução (Eh), condutividade elétrica (CE), turbidez e oxigênio dissolvido), bem como compostos inorgânicos (sódio, potássio, cálcio, magnésio, rubídio, estrôncio, cloreto, brometo, sulfato, nitrato, sílica, surfactantes, tanino e lignina), metais pesados (ferro, manganês, níquel, cobre, zinco, chumbo, titânio, vanádio, cromo, tório e urânio), sólidos totais dissolvidos (STD), radônio dissolvido (222Rn) e compostos orgânicos (BTEX), que forneceram um conjunto de dados robusto para a compreensão dos principais processos relacionados às modificações na qualidade da água. Todas as amostras analisadas exibiram um padrão hidroquímico semelhante, exceto a amostra IL-02, que apresentou valores discrepantes para a maioria dos parâmetros analisados. Nesse ponto de monitoramento, a composição pode estar relacionada a contribuição excessiva de efluentes domésticos evidenciada por seu alto teor de surfactantes e por efluentes de esgoto, conforme indicado por sua maior concentração de cloreto e nitrato. Foi encontrada uma relação entre CE e STD, como frequentemente descrito em outras pesquisas. O sódio e o cloreto foram os íons dominantes que justificaram a relação CE-STD. Além disso, tanto a CE quanto os STD também se correlacionaram significativamente com a alcalinidade. A água da chuva é empobrecida nos constituintes dissolvidos em relação às águas do rio, que os adquirem durante as interações da chuva com as coberturas do solo/superfícies rochosas ou entradas antropogênicas no canal do rio Alambari. Entre os metais e o brometo presentes nas águas do rio Alambari, destacam-se as correlações significativas entre Fe com Mn e Ti, Ni com Zn e Pb, Sr com Mn, Cu, Br e Rb, e Br com Cu e Cl. O diagrama de Piper destacou que as fácies hidroquímicas da água da chuva e das águas superficiais são as mesmas, sódicas bicarbonatadas. As amostras de água do rio Alambari foram classificadas como sódicas bicarbonatadas (88% das amostras), sódicas cloretadas (9%) e sódicas mistas (3%, referente a amostra IL-02). Os diagramas de bumerangue de Gibbs sugerem a influência dominante dos efeitos de diluição pela água da chuva na composição hidroquímica das águas do rio Alambari. O oxigênio dissolvido e o radônio se correlacionaram significativamente. Em relação a qualidade das águas do rio Alambari, as análises dos parâmetros físico-químicos, hidroquímicos e dos compostos orgânicos (BTEX) não possibilitaram confirmar uma influência da refinaria nas águas estudadas.