Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Aline de Azevedo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194157
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Resumo: |
Neste trabalho, investigamos os usos de vírgula em construções relativas no século XVIII, a fim de verificar quais funções do sinal estariam em competição e teriam sido decisivas para a configuração multidimensional do sistema de pontuação contemporâneo. Para tanto, contemplamos dois universos de investigação: a variação de usos de vírgula em manuscritos setecentistas e as normas de uso de vírgula em gramáticas e tratados de ortografia do período. Na análise dos manuscritos, partindo-se da hipótese de que os usos não eram aleatórios e de que, portanto, havia uma regularidade subjacente à variação, averiguamos quais características morfossintáticas, semântico-pragmáticas e prosódicas das construções relativas poderiam estar relacionadas com a presença ou a ausência da vírgula e se haveria prevalência de alguma função. Os resultados mostraram que, na escrita do século XVIII, o modo de pontuar parece responder ao funcionamento multidimensional das unidades linguísticas, uma vez que o emprego do sinal delimita, majoritariamente, unidades funcional e estruturalmente autônomas dos pontos de vista semântico, sintático, pragmático e prosódico, evidenciando que informações de diferentes níveis de análise parecem guiar os escreventes a pontuarem de uma forma em detrimento de outra. Na análise da tradição gramatical, partindo-se da hipótese de que a prescrição de uso de vírgula foi gradualmente ganhando novas bases, pautadas no funcionamento linguístico, interpretamos as doutrinas pontuacionais e as funções da vírgula a elas subjacentes, bem como comparamos as normas de uso de vírgula em construções relativas a fim de verificar se a norma padrão dava conta da distinção entre relativas determinativas e apositivas. Como resultado, evidenciamos que as regras de pontuação portuguesas vigentes ao século XVIII não davam conta da distinção entre os dois tipos de relativas, a qual parece ter sido incorporada à tradição gramatical apenas no início do século XIX, possivelmente por influência das obras francesas e da tradição filosófica. Ademais, mostramos que a mudança na prescrição de uso ou não de vírgula nas orações relativas parece ter ocorrido de forma gradual, o que se justifica, em parte, pelos descompassos e incoerências entre uso e norma encontrados nessas obras e, em parte, pela flutuação nas próprias regras e entre as gramáticas, haja vista a complexidade do objeto, evidenciada pela sua constituição multifuncional historicamente determinada. |