Aspectos psicossociais e comportamentais da dor no tratamento ortodôntico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Campos, Lucas Arrais de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153359
Resumo: Introdução: A dor pode ser resultante do tratamento ortodôntico e deve ser considerada no manejo clínico. Ainda, variáveis demográficas e clínicas podem contribuir para essa condição dolorosa. Objetivo: i.adaptar e validar o Inventário Multidimensional da Dor (MPI) para pacientes em tratamento ortodôntico corretivo, ii.apresentar proposta de cálculo de escore geral dos aspectos psicossociais e comportamentais da dor avaliados pelo MPI, iii.avaliar o impacto de variáveis demográficas e clínicas nesses aspectos. Métodos: Realizou-se validade de face do MPI e elaborou-se versão adaptada para ortodontia (MPI-Ortho). Análise fatorial confirmatória (AFC) foi realizada. Utilizou-se os índices de ajustamento razão de quiquadrado pelos graus de liberdade (χ2/gl), goodness of fit index (GFI), comparative fit index (CFI) e root mean square error of aproximation (RMSEA). A validade convergente, discriminante e confiabilidade foram estimadas. A validade concorrente do MPI-Ortho foi avaliada frente à Escala Visual Analógica. A invariância do modelo fatorial foi avaliada para amostras independentes. A validade de critério discriminante foi estimada segundo sexo e idade. O escore geral foi calculado utilizando a matriz de pesos de regressão da AFC. O escore ponderado foi comparado aos escores obtidos pela média aritmética simples. Foi elaborado modelo estrutural tendo como variáveis dependentes os aspectos psicossociais e comportamentais da dor e independentes variáveis demográficas e clínicas. A adequação do modelo foi avaliada com base nos índices de ajustamento. Teste z foi utilizado para estimar a significância das trajetórias (β) (α=5%). Resultados: Participaram 507 indivíduos em tratamento ortodôntico corretivo (63,3% mulheres; idade: 26,32 ± 11,70 anos). Após refinamento, o MPI-Ortho apresentou adequado ajustamento à amostra tanto no que diz respeito aos aspectos psicossociais (Parte I) quanto comportamentais (Parte II). A confiabilidade e validade convergente foram adequadas. A validade discriminante esteve comprometida apenas entre os fatores “respostas solícitas” e “entretenimento” (parte II). O MPI-Ortho apresentou invariância para amostras independentes e adequadas validade de critério discriminante, concorrente e divergente. O escore obtido com a média aritmética simples foi superestimado para a Parte I e subestimado para a Parte II quando comparado com o escore geral ponderado. Os modelos estruturais apresentaram ajustamento adequado à amostra (χ2/gl<3,0; CFI>0,90; GFI≥0,90; RMSEA<0,10). Observou-se significância (p<0,05) das variáveis sexo, idade e dificuldade e/ou dor na alimentação tanto para os aspectos psicossociais quanto comportamentais da dor. Para o aspecto psicossocial também foram significativas as variáveis busca pelo tratamento por vontade própria e se sentir feliz com o tratamento. Esse modelo explicou 40% do aspecto psicossocial e 16% do aspecto comportamental da dor. Conclusão: MPI-Ortho mostrou-se válido, confiável e invariante para avaliação da dor provocada pelo tratamento ortodôntico corretivo. Recomenda-se o cálculo de escores ponderados para avaliação da dor. Variáveis demográficas e clínicas apresentam impacto significativo na percepção da dor frente ao tratamento ortodôntico. As mulheres, os mais jovens e que relatam dificuldade na alimentação após a ativação do aparelho apresentam maior impacto psicossocial e comportamental da dor.