Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Holanda, Ingrid Rocha Meireles |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/253346
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Resumo: |
Introdução: Melasma é uma desordem pigmentar caracterizada por máculas acastanhadas, adquiridas e simétricas, localizadas em áreas fotoexpostas. Os principais fatores de risco são a predisposição genética, exposição à luz solar, fototipo intermediário da pele (III a V de Fitzpatrick) e fatores hormonais (incluindo gravidez, terapias hormonais e uso de anticoncepcionais orais). Estudos recentes mostram que o estresse oxidativo também pode contribuir para a fisiopatologia da dermatose. As opções terapêuticas disponíveis são tratamentos tópicos ─ como fotoprotetores e agentes despigmentantes ─ e orais, dentre eles o picnogenol e o ácido tranexâmico. A melatonina, tendo em vista a descrição da sua ação antioxidante associada ao efeito sobre hormônios envolvidos na patogênese do melasma (como o hormônio estimulador de melanócitos tipo alfa), poderia atuar no tratamento do melasma. Objetivos: Avaliar a eficácia e a segurança da melatonina 5mg oral comparada ao placebo por oito semanas no tratamento do melasma facial em mulheres. Métodos: Ensaio clínico duplo-cego, paralelo, randomizado, controlado com placebo, realizado entre março e junho de 2022, envolvendo 50 mulheres adultas com melasma facial moderado a grave, sem tratamento há pelo menos 45 dias, exceto pelo uso de filtro solar. As participantes foram randomizadas e alocadas em dois grupos: um grupo (MELA) fez uso de cápsulas de melatonina 5mg, enquanto o outro grupo (PLAC) fez uso oral de cápsulas com placebo. Os dois grupos foram orientados a tomarem uma vez ao dia, à noite, por oito semanas. As cápsulas de melatonina e placebo eram idênticas quanto ao formato, cor e tamanho. Todas as participantes receberam filtro solar com cor de amplo espectro (FPS 60). O desfecho primário foi a alteração do escore mMASI basal. Os desfechos secundários foram melhorias na avaliação da colorimetria (por meio do Dif*L), na qualidade de vida dos pacientes (MELASQoL), na qualidade de sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh) e na avaliação da Escala de Melhoria Estética Global (GAIS). Todos os participantes que foram incluídos e randomizados no estudo faziam parte do grupo segundo intenção de tratamento. As variações dos escores foram comparadas de acordo os grupos e ajustados pelos valores iniciais, usando modelos lineares generalizados com análise robusta. Considerou-se significativo p<0,05. Resultados: Quarenta e sete pacientes completaram o ensaio. Houve três dropouts, sendo duas do grupo MELA, sem relação com efeitos adversos. A idade média (DP) das participantes foi de 45,6 anos (6,2) e 48% eram do fototipo IV. Após oito semanas, ambos os grupos reduziram o mMASI: houve redução média de 22% (CI 95% 15% a 29%) no grupo MELA e 12% (CI 95% 5% a 21%) no grupo PLAC (p=0.014). A redução do MELASQoL (p=0.813) e da colorimetria (p=0.642) não mostrou diferença entre os grupos. A melhora global do melasma foi percebida em 69.5% (CI 95% 56% a 80%) do grupo MELA, contra 29.1% (CI 95% 18% a 38%) do grupo PLAC (p=0.019). Ao avaliar a qualidade do sono, houve uma alta prevalência de má qualidade do sono na amostra pré-tratamento. Ambos os grupos tiveram boa adesão aos tratamentos. Não houve interrupção dos tratamentos devido a efeitos adversos. Não houve diferença quanto à queixa de sonolência entre os grupos (p=0,608). Conclusão: Melatonina oral 5mg, uma vez ao dia, por oito semanas foi bem tolerada e mostrou-se superior ao placebo no tratamento do melasma facial em mulheres. |