Diversidade genética de Anaplasma marginale em bovinos de corte no Pantanal brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramos, Inalda Angélica de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180876
Resumo: Poucos são os estudos acerca da diversidade genética de Anaplasma marginale nos rebanhos bovinos brasileiros, principalmente no que diz respeito a bovinos de corte. O presente estudo teve como objetivo avaliar a diversidade genética de A. marginale, com base nos genes msp1α e msp4, em Bos taurus indicus amostrados no Pantanal brasileiro. Alíquotas de sangue com e sem EDTA foram colhidas de 400 bovinos (200 vacas e 200 bezerros) em cinco propriedades de cria e recria extensiva. Enquanto as amostras de soro foram submetidas ao Ensaio Imunoenzimático Indireto (iELISA) para detecção de anticorpos IgG anti-A. marginale, amostras de sangue total foram submetidas à avaliação do hematócrito e confecção de esfregaços sanguíneos corados pelo Giemsa, PCR em tempo real quantitativa (qPCR) baseada no gene msp1β, semi-nested (sn)PCR baseada no gene msp1α e PCR convencional (cPCR) baseada no gene msp4 para A. marginale. Os produtos amplificados nos ensaios de snPCR e cPCR foram purificados e sequenciados pelo Método de Sanger. Sequências do gene msp1α foram submetidas à análise de diversidade pelo software RepeatAnalyser. Sequências do gene msp4 foram submetidas à análise de distância Network pelo software Splitstree e de genótipos pelo Software DnaSP5 e PopART. Cinco animais (duas vacas e três bezerros) apresentaram corpúsculos de A. marginale em esfregaços sanguíneos. As frequências de animais positivos pelo iELISA, qPCR e snPCR foram de 72,25% (289/400), 56,75% (227/400) e 22,9% (52/227), respectivamente. Os testes de iELISA e qPCR mostraram fraca concordância kappa. Vacas (154/200) mostraram-se estatisticamente mais soropositivas que bezerros (135/200) (P<0,05). Na qPCR, o número de bezerros (138/200) e valor médio de quantificação (1,3 x 106 cópias msp1α A. marginale/µL) mostraram-se maiores quando comparados àqueles encontrados para as vacas (89/200; 3,9 x 104) (P<0,05). A rickettsemia estimada pela qPCR não mostrou correlação com o hematócrito dos animais. A análise de microssatélites das 26 sequências msp1α obtidas revelou a presença dos genótipos E (76,9%), C (15,38%) e B (7,69%). O software RepeatAnalyzer mostrou a ocorrência de 14 estirpes circulantes na região sob estudo, com oito nunca antes descritas na literatura (τ-10-13-13-18; τ-27-18; EV8-EV8-17; α-β-β-β100; EV7-11-10-15; τ-11-11-27-18; τ-11-10-15; τ-27-13-18). Alta diversidade genética de A. marginale foi encontrada em bovinos de corte no Pantanal Brasileiro. Os índices de diversidade genética revelaram alta diversidade entre o grupo de genótipos/estirpes analisados, bem como na região de colheita, indicando a circulação de novos genótipos/estirpes no país, porém com baixa taxa de dispersão. A cPCR para o gene msp4 de A. marginale revelou 6,16% (14/227; 4 vacas e 10 bezerros) de positividade, Dois genótipos foram identificados entre as 14 sequências do presente estudo. Dezesseis genótipos foram obtidos entre as sequências estudadas em conjunto com as obtidas no GenBank, mostrando que os genótipos msp4 de A. marginale circulantes em bovinos de corte no Pantanal brasileiro são filogeograficamente relacionados àqueles circulantes em países das América do Sul e Central, Europa e Ásia