Caracterização molecular de msp1 alfa da cepa AmRio1 de Anaplasma marginale em bezerro e carrapatos experimentalmente infectados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Priscilla Nunes dos lattes
Orientador(a): Fonseca, Adivaldo Henrique da lattes
Banca de defesa: Cunha, Nathalie Costa da, Guedes Junior, Daniel da Silva
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11818
Resumo: A anaplasmose bovina, causada pela rickettsia intraeritrocítica Anaplasma marginale (ordem Rickettsiales, família Anaplasmataceae), é uma doença economicamente importante de bovinos e é endêmica em regiões tropicais e subtropicais do mundo. As proteínas principais de superfície (MSPs) têm sido muito utilizadas em estudos envolvendo A. marginale, sendo MSP1a uma das mais estudadas, pois esta é uma adesina de eritrócitos bovinos e células de carrapato, possuindo assim um papel importante no fenótipo de transmissão do agente. Ao mesmo tempo, é considerada um marcador estável para cepas de A. marginale, uma vez que possui uma região C-terminal altamente conservada e uma região N- terminal, altamente variável, porém, constante para cepas. Acredita-se que esta proteína pode sofrer pressão seletiva pois possui um epítopo sensível à neutralização em sua região variável. Assim, em alterações casuais da estrutura das sequências repetidas devido à mutação, cepas bem adaptadas poderiam prevalecer no ambiente. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade do gene msp1 α de A. marginale na infecção aguda e crônica em um bezerro imunocompetente experimentalmente infectado e em carrapatos. No estudo, foi utilizado um bezerro, que foi infectado experimentalmente com a cepa AmRio 1 de A. marginale por via endovenosa. Este bezerro foi acompanhado através da observação de sinais clínicos, temperatura retal, esfregaços sanguíneos e hematócrito do dia 2 após infecção experimental até o dia 28 após infecção. O bovino posteriormente foi infestado com 1g de larvas de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus. O sangue do bezerro foi colhido entre o dia 2 ao dia 119 pós infecção. Os carrapatos foram recuperados na fase de partenógina (n=61) sendo 43 submetidos à dissecção para remoção de intestino e glândula salivar, e 18 para a coleta de saliva utilizando pilocarpina 2%. As amostras foram submetidas à Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), possuindo como gene alvo msp1 α. O produto desta reação foi enviado para sequenciamento em ambas as direções. Após a inoculação da cepa AmRio 1 de A. marginale, o bovino apresentou sinais clínicos e alterações em hematócrito e temperatura, havendo necessidade de tratamento de suporte para a recuperação do animal. Isto demonstra a patogenicidade da cepa. Todas as amostras do bezerro e dos carrapatos foram positivas na PCR. As sequências revelaram uma estabilidade nas sequências repetidas de MSP1a, tanto na infecção aguda quanto na crônica no bezerro e em todos os órgãos e salivas de carrapato. A positividade das salivas de carrapato sugere que a cepa AmRio 1 de A. marginale é transmitida biologicamente por R. (Boophilus) microplus. Além disto, nos órgãos de carrapato havia grandes quantidades de DNA de A. marginale, indicando a replicação do agente.