Corpo telúrico dançante: da desterritorialização do corpo e da dança até o MST

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guilherme, Sylviane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181879
Resumo: A materialidade dos debates e das práticas sobre corpo e dança no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o cerne do presente trabalho. Investigar se a dança tem ou não intencionalidade política estratégica para o MST é o desafio central desta investigação. Outro objetivo é analisar a territorialidade e a desterritorialização do corpo e da dança nos movimentos populares, tomando como referência a expressão das danças camponesas. A metodologia da pesquisa considera os pressupostos da pesquisa-ação e incluiu entrevistas semiestruturadas com integrantes do MST e a observação da presença espontânea da dança neste movimento social e a interlocução com autores que se debruçaram sobre temas como corpo e dança. Para tanto, apresenta um estudo basilar e ontológico sobre a dança a partir da perspectiva do materialismo histórico e dialético, que analisa o conceito, a razão e a finalidade da dança para o gênero humano. Em seguida, partindo destes pressupostos, no intuito de estudar a objetividade da dança no MST, desenvolve um breve histórico sobre o debate da arte e da cultura no Movimento, e apresenta a análise dos dados coletados na pesquisa de campo. Como resultados a pesquisa aborda as formas de disciplinamento e adestramento do corpo na transição do feudalismo para o capitalismo; os modos de controle e contenção social por meio das práticas corporais no Brasil, especialmente nos últimos séculos; assim como sobre a relação do corpo e da dança camponesa como expedientes próprios da “agricultura do atraso”. Em síntese, revela o processo secular engendrado de desterritorialização do corpo e de desterritorialidade da dança na sociedade capitalista ocidental, especialmente nos territórios camponeses. Aponta, enfim, que o corpo como território e a dança como territorialidade são dimensões a serem disputadas pelos projetos populares no intuito de superar o capitalismo e construir uma sociedade humanizada, justa e livre.