Mito e realidade em Hesíodo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Dias Filho, Vanderlei do Carmo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/91566
Resumo: Hesíodo é um nome relativamente desconhecido fora de círculos especializados dentro dos Estudos Clássicos. Apesar disso, juntamente com seu contemporâneo mais célebre, Homero, o poeta deu aos gregos a imagem dos deuses tal qual a conhecemos hoje. Em suas duas principais obras, a Teogonia e Os Trabalhos e os dias, Hesíodo compõe e coloca em prática os mitos helenos, aplica-os ao cotidiano do homem do campo. Apesar de serem praticamente contemporâneos, Hesíodo e Homero têm em comum apenas o formato de suas obras. Os temas escolhidos pelos poetas são diferentes, assim como o objetivo e público de suas composições. Enquanto Homero falava sobre grandes guerras e heróis do passado, Hesíodo fala sobre a origem dos deuses e do cosmos e traz a força dessa origem ao mundo contemporâneo, ao mesmo tempo ensinando a moral do universo aos homens simples do campo e dando sentido e significado à experiência do homem sobre a terra com os mitos. O período em que a vida de Hesíodo transcorreu, provavelmente entre os séculos VIII e VII a.C., foi um tempo de grandes transformações para o homem grego. As invasões dóricas haviam terminado e as influências do Oriente Médio e da Ásia estavam presentes entre os helenos, ainda sem uma forma definida. Nesse contexto, tornava-se necessário reunir e adaptar todas as impressões culturais e religiosas. Hesíodo fez isso em Teogonia, ao reunir e organizar várias idéias diferentes enquanto, na primeira vez que temos conhecimento, mostra a origem da cosmologia grega. Em Os Trabalhos e os Dias, o poeta faz uso, de uma forma até então inédita, da cosmologia para compor uma obra em que fala não de heróis ou guerras distantes, mas do homem do campo do agora, não envolvido em atos legendários, e sim em atos cotidianos que assumem significado quando comparados aos mitos.