Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Maurer, Patrícia
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Orientador(a): |
Piccoli, Jacqueline da Costa Escobar
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pampa
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Bioquímica
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Departamento: |
Campus Uruguaiana
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5656
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Resumo: |
A população negra brasileira corresponde à 54,9% da população do país, entretanto, ainda apresenta maior vulnerabilidade social e econômica, resultando em maior suscetibilidade a danos e agravos em saúde. Uma das doenças mais prevalentes na população negra é a hipertensão que, junto com as doenças cardiovasculares destacam-se como a maior causa de mortes e internações hospitalares no Brasil. Embora a mortalidade por doenças cardiovasculares tenha diminuído nos últimos anos de modo geral, em indivíduos negros e de baixa renda essa situação permanece inalterada. Em virtude disso, a busca por marcadores genéticos nesta população específica torna-se relevante. Variações no gene que codifica para a enzima que secreta óxido nítrico nos vasos sanguíneos tem sido relatadas como importantes para a vasodilatação e para o controle de pressão arterial, assim como alterações no gene da adiponectina, uma citocina do tecido adiposo envolvida na regulação do metabolismo lipídico e glicêmico, entretanto, a importância dessas variações e seu papel no desenvolvimento e progressão de doenças crônicas na população negra ainda não é conhecida. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de dois polimorfismos em diferentes genes e sua associação com doença hipertensiva e inflamação em negros. Participaram do estudo 203 indivíduos autodeclarados negros, a maioria mulheres, cuja prevalência de hipertensão foi de 53,8%. Com a classificação dos valores de pressão arterial, 41% dos hipertensos apresentavam-se com a doença controlada, 51% com a pressão arterial não controlada, e 8% foram classificados com hipertensão resistente, um fenótipo mais raro da doença que não responde com a diminuição dos níveis pressóricos apesar do uso de 3 medicamentos anti-hipertensivos de diferentes classes incluindo um diurético. Quanto aos polimorfismos avaliados, a presença de dois alelos mutados em qualquer um deles e a obesidade aumentaram o odds ratio para hipertensão não controlada. O alelo mutado do polimorfismo da ADIPOQ +45T>G foi associado com o fator de risco tabagismo no grupo com hipertensão não controlada, e com níveis significativamente menores de adiponectina, considerada importante citocina anti- inflamatória e antiaterosclerótica, principalmente no grupo que não possuía controle pressórico. Na avaliação in vitro, células de diferentes genótipos do polimorfismo Glu298Asp apresentaram diferenças na resposta inflamatória avaliada pelos níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias e também expressão de genes inflamatórios. O alelo G demonstrou papel protetor e o alelo T foi mais suscetível à inflamação, pois houveram diferenças entre os níveis das interleucinas. Os resultados deste trabalho indicam que o polimorfismo Glu298Asp do gene da óxido nítrico sintase endotelial pode ser utilizado como biomarcador de alterações cardiovasculares na população negra. |