Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Miranda, Fernanda Rodrigues de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-26062019-113147/
|
Resumo: |
O romance é um gênero pouco presente nos estudos críticos e bibliográficos dedicados a autoria negra no Brasil. Intervindo nesse cenário, o principal objetivo deste trabalho é tornar visível o conjunto de romances cujas autoras brasileiras são negras, reunindo suas obras dispersas num arco histórico que atinge três séculos. A leitura comparada evidenciou vários pontos de contato, dos quais emerge um pensamento partilhado pelas diversas narrativas. Os romances se aproximam entre si ao recorrerem continuamente a um mesmo solo histórico, que resulta na posse da História. Para tanto, desenham uma imagem crítica da nação ao apontarem a sua matriz colonial constitutiva. Maria Firmina dos Reis (Úrsula, 1859), Ruth Guimarães (Água Funda, 1946), Carolina Maria de Jesus (Pedaços da fome, 1963), Anajá Caetano (Negra Efigênia: paixão do senhor branco, 1966), Aline França (A mulher de Aleduma, 1981), Marilene Felinto (As mulheres de Tijucopapo, 1982), Conceição Evaristo (Ponciá Vicêncio, 2003) e Ana Maria Gonçalves (Um defeito de cor, 2006) reelaboram a modernidade brasileira, demarcando os lugares de poder e subalternidade, constituídos pela intersecção de gênero e raça. As obras reunidas nesta tese articulam uma inteligibilidade pluriversal, porque não apagam a presença da alteridade; transtemporal, porque o passado que formulam também produz significados para o nosso presente; e posicionada, porque articulam em seu bojo o rompimento do silenciamento sobre a voz da mulher negra. |