Análise do óxido nitrico como biomarcador de alterações cardiometabólicas em afrodescendentes na região sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Maurer, Patrícia
Orientador(a): Piccoli, Jacqueline da Costa Escobar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/531
Resumo: A população negra apresenta elevado risco cardiometabólico, contudo em estudos populacionais a incidência de síndrome metabólica (SM) nesta população é baixa. Neste contexto, parece existir um paradoxo relacionado aos critérios diagnósticos da SM, o que faz com que a presença da mesma seja subestimada em negros. Esta condição traz consigo a necessidade da busca de marcadores mais fidedignos das condições patológicas e do risco cardiometabólico destes indivíduos. Um possível biomarcador é o óxido nítrico (NO), cuja dosagem de metabólitos como nitrito/nitrato (NOx) tem se mostrado associada a alguns critérios da SM, como obesidade e diabetes, entretanto a literatura carece de trabalhos mais específicos para avaliar se níveis alterados de óxido nítrico estão associados com alterações metabólicas e doenças cardiovasculares na população negra. O objetivo deste estudo foi analisar os níveis de NOx como marcador de alterações cardiometabólicas em afrodescendentes, bem como sua relação com parâmetros laboratoriais na população negra. Participaram do estudo 202 indivíduos autodeclarados negros, a maioria mulheres, com idade média de 45 anos. A avaliação antropométrica demonstrou que a maioria da população estudada estava com IMC médio classificado como obesidade grau 1 e com cintura abdominal alterada. A SM foi verificada em 61% da amostra. Os níveis de nitrito/nitrato foram distribuídos em percentis, o percentil 50%=122,3μmol/L foi escolhido como ponto de corte. Valores de NOx<122,3 μmol/L foram associados com maiores Índices de Massa Corporal (p=0,015), circunferência abdominal (p=0,037) e circunferência de quadril (p=0,040). Quanto aos critérios bioquímicos, o NOx associou-se significativamente aos níveis de glicose (p=0049), triglicerídeos (p=0,046), albumina (p=0,034), ácido úrico (p=0,019) e uréia (p=0,052). Na avaliação inflamatória e de estresse oxidativo, apenas a carbonilação de proteínas (p=0,002) foi associada ao NOx, em que o dano foi maior nos indivíduos que tinham valores de NOx menor do que o percentil 50%. Não houve nenhuma associação entre o NOx e o perfil hematológico. Por estar relacionado principalmente com obesidade, dislipidemias, glicose e triglicerídeos, o NOx foi considerado um bom preditor de risco cardiometabólico na população negra, principalmente de progressão de doença, além de ser um teste adaptado facilmente à rotina laboratorial e possível de ser programado em analisadores automáticos e semi-automáticos, necessitando de pouca preparação da amostra.