Efeito dos diferentes chás da camellia sinensis sobre danos causados pela obesidade induzida pela dieta de cafeteria

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Soares, Melina Bucco
• Orientador(a): Cibin, Francielli Weber Santos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
• Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Bioquímica
• Departamento: Campus Uruguaiana
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Cafeteria diet; Obesity; Memory; Camellia sinensis; Leptin; Ovary; Dieta de cafeteria; Obesidade; Memória; Leptina; Ovário
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
• Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5655

Ao longo das últimas décadas, o consumo de dietas ricas em gordura e açúcar tem aumentado significativamente gerando grandes problemas de saúde mundial incluindo obesidade e suas complicações. Além disso, tem sido sugerido que a obesidade pode gerar alterações na memória e no sistema reprodutivo. Neste contexto, a utilização de compostos naturais com baixos custos e efeitos colaterais reduzidos e que apresentem atividade antioxidante, como os chás, poderiam reduzir os danos induzidos pelo modelo experimental de obesidade. Este estudo tem por objetivo investigar o efeito dos diferentes chás (Camellia sinensis) branco, verde, vermelho e preto sobre parâmetros bioquímicos, alterações reprodutivas e de memória induzidos por uma dieta de cafeteria (DC) em um modelo de obesidade. Foram utilizados camundongos fêmeas Swiss, com 20-25g e os animais receberam dieta padrão ou DC, durante 8 semanas. Concomitante os animais receberam por via oral os Chás (preto, verde, branco e vermelho) (dose de 1%) ou água. As camundongas foram pesadas semanalmente para avaliar o ganho de peso final. Após o tempo de tratamento, foram realizados testes comportamentais para avaliar a atividade locomotora (open field), comportamento tipo ansioso (labirinto em cruz elevada), teste de memória (reconhecimento de objetos). Os animais foram eutanasiados e o sangue coletado para a realização de testes bioquímicos (glicose, colesterol, triglicerídeos, leptina). A gordura visceral foi retirada e pesada, além disso, para analisar parâmetros de estresse oxidativo foram removidos hipocampo e ovário, sendo que desse último também foi analisado por histologia. No artigo 1: as camundongas que foram submetidas a DC apresentaram ganho de peso, acúmulo de gordura corporal, aumento dos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, associados a déficits de memória e aumento dos níveis de espécies reativas (ER) e da atividade da acetilcolinesterase (AChE) em hipocampo. Todos os chás reduziram significativamente a atividade da AChE e parcialmente o acúmulo de gordura. Chás verdes e vermelhos reduziram o déficit de memória. Os chás branco, verde e preto reduziram os níveis de ER, enquanto apenas o ch verde e o preto reduziram os níveis de triglicerídeos no plasma. Diante dos resultados obtidos, o chá verde foi melhor que os demais chás na redução de efeitos dos danos causados pela CD uma vez que foi capaz de proteger em um maior número de parâmetros analisados. No manuscrito 1 após as 8 semanas de tratamento as camundongas que ingeriram a CD apresentaram estresse oxidativo nos ovários, evidenciado pelo aumento significativo de ER e diminuição da capacidade antioxidante total. Além disso, houve aumento de oito vezes na concentração de leptina sanguínea nos animais alimentados com dieta comparados com o controle. Os chás verde, vermelho e preto revertem parcialmente a hiperleptinemia, enquanto os chás branco, verde e preto restauram a FRAP aos níveis do controle. Tendo em vista os resultados obtidos, podemos concluir que o consumo de uma DC causa prejuízos ao organismo, como déficit de memória e alterações no ovário e os chás poderiam, ao menos em parte, em proteger dos danos causados pelo consumo deste tipo de dieta.