Entre o imaginar e o agir: possibilidades para construção de conhecimento em ciências nos anos finais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Casa Nova, Guilherme Pacheco
Orientador(a): Martins, Márcio André Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus Bagé
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/1240
Resumo: Nesse trabalho sintetizamos o processo empreendido na construção das condições que possibilitassem aos alunos imaginar, agir e criar e, como desdobramento ou emergência desse processo, detalhamos um conjunto de princípios orientadores da construção de conhecimento em ciências. O foco do estudo foi o ensino de ciências nos anos finais do ensino fundamental. Esse trabalho explorou o currículo em ciências previsto para o nono ano do ensino fundamental, investindo numa metodologia que fosse capaz de ultrapassar as sequencialidades lineares das informações e fosse capaz de perpassar os caminhos bifurcativos do processo de conhecer. Dessa maneira, investimos em “criar condições” para que os alunos reorganizassem essas informações numa perspectiva e sistêmica e construíssem novos conhecimentos. Para respaldar a proposta do projeto e fundamentar essa pesquisa de cunho investigativo e qualitativo, buscou-se apoio, principalmente, nos textos de Edgar Morin, Saturnino de La Torre, Rita de Cássia Souza e Virgínia Kastrup. Nesse trabalho os alunos construíram um espaço com característica diferente de uma sala de aula usando como sede um chalé. Nesse chalé, anteriormente utilizado para aulas de educação ambiental, criaram, com sua imaginação, um “Laboratório Secreto”. Esse “Laboratório Secreto” atuou como dispositivo para investigação e durante o processo de criação os alunos foram tornando-se “cientistas” desse laboratório. Como “cientistas”, tiveram que explicar e buscar soluções, realizar experimentos, exercitar a leitura e a escrita através da criação textual no “diário de um cientista”, pesquisar assuntos na internet e nos livros didáticos. Para deslocar o professor da sua posição instituída (como detentor e transmissor da informação), assim como deslocamos o aluno de uma posição que também tende a instituir-se (como receptor dessa informação), criamos uma personagem virtual denominada “Velhinha do Ônibus” cuja tarefa foi enviar algumas mensagens pela internet ou por correspondências via correio, bem como alguns materiais, amostras e novas missões para os “cientistas” investigarem e solucionarem. Com a proposição de envolver personagens, capazes de deslocar as posições instituídas “professor” e “aluno” e das funções que tendem para transmissão/recepção de informações, anuncia-se os pressupostos para uma metodologia que pretende inserir algumas instabilidades nos modos hegemônicos de organizar os espaços de aprendizagem. Para obtenção dos dados, trabalhou-se durante dois trimestres assuntos relacionados à química estipulados no programa escolar em parceria com a professora titular. Durante o processo de implantação da proposta, foi possível criar condições para que a ação e a criação fosse transversalizada pela imaginação. Dessa maneira, produzindo-se interligações, organização dinâmica das informações, provocando novos questionamentos, mobilizando a busca de outras informações, as quais conduziram a novos conhecimentos. Na organização das informações obtidas no desenrolar das atividades, percebemos que aconteceram situações que mobilizavam os alunos, tanto para “explicar” as situações problemáticas advindas das estratégias de intervenção no plano da ação e da criação, como para “implicar”, para além da ação, ou seja, pela imaginação. Agrupamos estas situações em três momentos e que denominaremos: momento metamórfico explicativo, momento intermetamórfico e momento metamórfico implicativo.