Formação imaginária e subjetividade nas redes sociais: a comunidade língua portuguesa no Facebook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Frantz, Isabel
Orientador(a): Silva Sobrinho, José Simão da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://localhost:443/handle/prefix/86
Resumo: Neste trabalho, procuramos compreender, na perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso fundada nos trabalhos de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, sobretudo, associada à História das Ideias Linguísticas, a formação imaginária e as subjetividades por ela produzidas na discursividade da comunidade Língua Portuguesa na rede social Facebook. As perguntas que nortearam esse trabalho são: (i) que formação imaginária constitui a comunidade Língua Portuguesa no Facebook? (ii) que subjetividades são produzidas por essa formação imaginária? Para responder essas perguntas, construímos um arquivo de postagens e comentários da comunidade publicados no período entre 11 de agosto de 2011 (data da criação da comunidade) e 31 de julho de 2013, quando encerramos a construção do arquivo. Nos recortes, é possível depreender modos de significação da diversidade da Língua Portuguesa e de seus falantes. Identificamos, no material de análise, três imaginários predominantemente em funcionamento, que constituem a formação imaginária. O “Imaginário da correção linguística” filiado à memória da colonização, significando a Língua Brasileira fluida como errada, falha, enquanto a língua imaginária, da gramática normativa, é significada como a língua correta. O “Imaginário linguístico da Lusofonia”, também filiado aos discursos da colonização, significando a Língua Portuguesa como una e a Língua Brasileira como uma cópia falha da língua de Portugal. Contudo há a filiação de sentidos que resistem a essa discursividade, sentidos relativos aos discursos da descolonização, considerando a diversidade linguística brasileira como constituinte de outra língua, diferente da língua de Portugal, configurando um imaginário linguístico nacionalista. O “Imaginário da globalização” filia-se por sentidos aos discursos da colonização e aos discursos da descolonização linguística. Predomina, contudo, a posição discursiva lusófona da superioridade portuguesa. A língua nacional de Portugal é universalizada como referência na globalização da Língua Portuguesa. Esses imaginários constituem a formação imaginária que conforma sentidos na comunidade Língua Portuguesa, produzindo subjetividades cindidas pelo funcionamento, sob a forma da contradição, da memória discursiva da colonização e da memória discursiva da descolonização.