Memórias negras de cuidado de si e sua transmissão geracional através do samba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Ana Paula Lonardi de
Orientador(a): Bernd, Zilá
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade La Salle
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Memória Social e Bens Culturais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11690/3514
Resumo: A presente pesquisa pretende investigar a transmissão geracional de memórias negras de cuidado de si, isto é, do exercício da transformação da alma, através de letras de samba de compositores afro brasileiros, entendendo sua transmissão como um processo que não só faz viver identidades, mas também lega heranças culturais que acabam por consistir numa maneira de estar no mundo. Através de análise documental, foi possível estabelecer um corpus de 12 canções de compositores como Candeia, Paulinho da Viola, Xande de Pilares, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Claudemir Rastafari, André Renato e Martinho da Vila. Focalizam-se autores da memória social, agregando-se alguns olhares fundamentais de pensadores africanos e afro diaspóricos. Investigaram-se as mensagens de cuidado de si segundo oito categorias de análise: 1. Do cultivo da esperança; 2. Do exercício do perdão; 3. Do exercício do amor; 4. Da transformação dos pensamentos e intenções em direção à virtude; 5. Da transformação das ilusões em consciência; 6. Do exercício da perseverança; 7. Da prática do bem; e 8. Da busca por dar sentido à vida. O estudo aponta para a presença de conteúdos memoriais de cuidado de si transmitidos entre as diversas gerações através de mensagens em forma de descrições, axiomas, conselhos e convocações coletivas que descrevem desenhos utópicos de novos futuros. Compreende-se o samba como um rico espaço de memória que contribui para manter viva, através das linhas de transmissão geracional, a consciência reutópica brasileira.