As Formulações para Carolina Maria de Jesus e Quarto de Despejo: interpretação e efeitos de sentido das designações em manchetes de jornais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Buranelli, Gabriela Moreira lattes
Orientador(a): Bocchi, Aline Fernandes de Azevedo lattes
Banca de defesa: Manzano, Luciana Carmona Garcia lattes, França, Glória da Ressurreição Abreu
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1872
Resumo: Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil, considerada uma das mais relevantes para a literatura nacional. Ela desponta no cenário editorial em 1960, com a publicação de Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, que teve grande repercussão nacional e internacional, tornou-se best-seller com circulação em 40 países e tradução para 13 idiomas. Negra, catadora de papel e moradora da favela do Canindé, Carolina era designada pela imprensa nacional daquela época como “a favelada” ou “escritora-favelada”, o que a distanciava da possibilidade de ser interpretada como autora. Esta pesquisa propõe problematizar como a mídia interpretou a autora no ano em que foi lançado Quarto de Despejo, em 1960. Para isso, recorre- se a um corpus construído com recortes de manchetes de jornais desse período histórico, o qual possibilitará a análise das designações que significam Carolina e Quarto de Despejo, tendo em vista os pressupostos teóricos da Análise do Discurso pecheutiana. Intenta-se compreender os gestos de interpretação para Carolina na imprensa, os funcionamentos ideológicos que determinam os nomes e os processos de estereotipagem produzidos por eles. Verifica-se, no funcionamento discursivo das manchetes de jornais, a perpetração de silenciamentos históricos acerca da mulher negra. Os resultados indiciam processos de silenciamento e estereotipagem que funcionam nos discursos sobre Carolina, o que confirma o caráter estrutural do racismo e a importância dos movimentos antirracistas, sobretudo no que tange às mulheres. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus; Análise do discurso; Interpretação; Designação; Nome próprio.