“Quarto de despejo: diário de uma favelada” de Carolina Maria de Jesus: análise discursivo-crítica dos gêneros discursivos em articulações
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/32026 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.238 |
Resumo: | A presente pesquisa tem como objetivo problematizar como os gêneros discursivos prefácio, diário e entrevista articulam-se discursivamente na edição popular de Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1962). Para isso, utilizamos o método relacional-dialético e transformacional de análise de discurso crítica tal como desenvolvido por Lilie Chouliaraki; Norman Fairclough (1999), com foco na construção do Significado Acional (FAIRCLOUGH, 2003). Outrossim, nos valemos da Teoria Interseccional, do Pensamento Feminista Negro afro- americano (COLLINS, 2017, 2019; DAVIS, 2016; hooks, 1995, 2014, 2018, 2019) e de intelectuais pretas brasileiras (CARNEIRO, 2003, 2005, 2020; EVARISTO, 2005; GONZALEZ, 1982, 1984, 2020; RIBEIRO, 2017). A partir da análise, observamos um agenciamento discursivo e político de Audálio Dantas nos gêneros diário e prefácio, este o primeiro a ser lido, influenciando a leitura da obra como um todo. Ademais, as funções sociais que os gêneros prefácio e entrevista assumem na prática social analisada ressaltam o eixo temático do sucesso mercadológico do livro, sem validar o potencial literário da escritora – que foi exposta a críticas questionando a sua capacidade intelectual e o seu poder criativo. Identificamos, também, a temática da literatura como resistência e fuga para Carolina, que, enquanto escritora de literatura brasileira, mãe, mulher, preta, potente, inteligente e lírica, se tornou inspiração para outras mulheres pretas e resistiu à visão eurocêntrica do cânone literário. Assim, consideramos que os gêneros discursivos em articulação (re)produzem e mantêm práticas hegemônicas racistas, sexistas e classistas, construindo relações assimétricas de poder que atravessam o corpo e os discursos potencialmente ideológicos sobre Carolina Maria de Jesus. Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus. Quarto de Despejo. ADC. Gêneros discursivos. Significado acional. |