Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Farnei
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Orientador(a): |
Figueiredo, Maria Flávia |
Banca de defesa: |
Mazzola, Renan Belmonte
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Pernambuco, Juscelino
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/489
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Resumo: |
Este trabalho objetivou verificar, no gênero textual/discursivo “entrevista” – uma impressa e outra televisiva –, as marcas do ethos de dois entrevistadores brasileiros, a saber: Clarice Lispector e Antônio Abujamra. Esta investigação foi motivada pelo anseio de verificar se a manifestação ethica de oradores distintos poderia sofrer algum tipo de coerção em função da seleção de um gênero textual/discursivo comum, conforme hipótese lançada por Figueiredo (2014, 2016a). Para atingir tal objetivo, alguns teóricos que sustentaram nossa pesquisa à luz da retórica foram: Aristóteles (2012), Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996), Meyer (2010), Fiorin (2015) e Ferreira (2010). No que tange ao gênero textual/discursivo “entrevista”, valemo-nos principalmente das contribuições de Bakhtin (1995), Marcuschi (2008), Costa (2009), Hoffnagel (2002) e Brito (2007). O processo metodológico adotado foi o estudo qualitativo do corpus, seguido de uma análise comparativa das duas entrevistas. A entrevista conduzida por Clarice já se encontrava transcrita na obra Entrevistas/Clarice Lispector, uma coletânea organizada em 2007 por Claire Williams, e a entrevista de Abujamra foi transcrita por nós, a partir de seu vídeo presente no YouTube, oriundo de seu programa televisivo Provocações da TV Cultura. Os resultados da análise empreendida evidenciaram que Clarice Lispector revelou um ethos de arete (baseado nos recursos de seu próprio ethos), enquanto que Antônio Abujamra preconizou o ethos de phronesis (com exploração dos recursos do logos), ao passo que ambos estiveram, majoritariamente, dominados pelos propósitos comunicativos que permeavam os ethe já consagrados em suas carreiras, quais sejam: o de escritora e o de ator/diretor, respectivamente. Além do mais, esta pesquisa nos permitiu enxergar outra característica do gênero “entrevista”, isto é, que os entrevistadores, ao longo das entrevistas, acabam por se desnudar de modo intenso, assim como eles imaginam fazer com seus entrevistados. Em função dos resultados obtidos, acreditamos que esta pesquisa possa contribuir tanto para os estudos retóricos, como para os estudos dos gêneros do discurso, uma vez que logrou elucidar alguns dos vínculos existentes entre gênero textual/discursivo e ethos. (Apoio: PROSUP/CAPES) |