Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Luiz Henrique
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Orientador(a): |
Abriata, Vera Lucia Rodella
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Banca de defesa: |
Schwartzmann, Matheus Nogueira
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Bueno, Alexandre Marcelo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/480
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Resumo: |
Esta dissertação toma como objeto de análise a obra Vermelho amargo (2011), de Bartolomeu Campos de Queirós, que analisamos com base no referencial teórico da Semiótica de linha francesa. Utilizamos elementos do percurso gerativo de sentido, o conceito tensivo de acontecimento e o modelo teórico-metodológico de análise do discurso autobiográfico proposto por Mariana Luz Pessoa de Barros (2015). Queirós, escritor brasileiro contemporâneo, foi postumamente premiado por essa novela de caráter autobiográfico que apresenta, de forma fragmentária, a infância do narrador, predominantemente marcada pela morte precoce de sua mãe e pela relação conflituosa com a madrasta. Temos por objetivo analisar as memórias do narrador, a fim de observar o grau de envolvimento sensível e inteligível que ele estabelece com aquilo que rememora e os percursos narrativos e patêmicos do eu narrador adulto e do eu menino. Nossa questão é desvelar se os relatos de sua infância constituem-se como memóriaacontecimento ou memória do acontecido com base na classificação estabelecida por De Barros (2015). Tecemos a hipótese de que há na narrativa um predomínio do envolvimento sensível do narrador com suas memórias, ou seja, as memórias em sua maioria são construídas como memória-acontecimento. Como resultado, observamos que a morte da mãe do eu menino se dá como um acontecimento tensivo que leva abruptamente o sujeito de um estado de conjunção com seu objeto-valor, a mãe e, portanto, de um estado de plenitude existencial para um estado de disjunção, o que, consequentemente, o deixa num estado de vacuidade existencial. Assim, como sujeito do enunciado, ele apenas sofre o acontecimento da perda materna sem compreender o que se passa durante essa fase de sua vida, estado de sofrimento que o afeta no presente da narração e que ele manifesta por meio da memória materializada através do relato que constitui a obra. Portanto, por se tratar de um sujeito modulado por diferentes estados de alma e paixões, sua narração é predominantemente permeada pelo sensível. |