A construção da memória e o metadiscurso em a resistência, de Julián Fuks. Uma abordagem semiótica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Miranda, Graciely Andrade
Orientador(a): Abriata, Vera Lucia Rodella lattes
Banca de defesa: Souza, Marisa Giannecchini Gonçalves lattes, Bueno, Alexandre Marcelo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/433
Resumo: Esta pesquisa analisa o romance A resistência, de Julián Fuks (2015), com base no instrumental teórico da semiótica francesa. No texto, observam-se duas narrativas imbricadas: o relato das memórias do narrador sobre a vida pretérita familiar, marcada pela adoção de uma criança durante a ditadura militar argentina, e o relato sobre a elaboração do romance. Nosso objetivo é apreender o modo como o narrador protagonista constrói suas memórias e as estratégias que utiliza para construir a obra literária, de caráter metaficcional e também analisar a construção da memória do narrador com base nas duas formas discursivas de construção da memória como categoria analítica dos discursos autobiográficos: a memória do acontecido e a memória-acontecimento (BARROS, 2011). Este estudo se apoia em uma metodologia qualitativa de revisão bibliográfica sobre a obra do autor e sobre a teoria semiótica francesa, idealizada por Algirdas Julien Greimas e sobre os aportes teóricos de seus sucessores, especialmente Denis Bertrand, por nos mostrar os caminhos da semiótica na literatura, Claude Zilberberg, que desenvolve os conceitos de acontecimento e campo de presença, importantes para nosso trabalho, e de Mariana Luz Pessoa de Barros, por desenvolver o conceito de memória a partir do instrumental teórico da semiótica tensiva. Este trabalho justifica-se por analisar um relevante romance contemporâneo no qual se recriam acontecimentos históricos recentes, por meio da memória social e individual do narrador, e visa a contribuir com o campo da semiótica francesa, salientando o modo como acontecimentos históricos repercutem na subjetividade do narrador que os recria numa obra em que, ao mesmo tempo, reflete sobre a construção do ator como personagem de ficção literária. Nesse sentido, procuraremos descrever os percursos temático-figurativos associados ao metadiscurso literário.