Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Mariana Licurgo Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/3678
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Resumo: |
Biafra, projeto de nação que se tornou guerra e por fim um símbolo de fome, violência e miséria. A Guerra Civil Nigeriana, ao longo de seus trintas meses, angariou a atenção do mundo para olhar e se penalizar por aquelas crianças famintas e esquálidas, cujas fotos os jornais publicavam atendendo ao propósito da agência de relações públicas Markpress – a serviço do governo de Biafra - a fim de, por piedade, conseguir uma sobrevida para Biafra. Este estudo se propõe a analisar quais representações acerca de Biafra foram forjadas pelos discursos jornalísticos e literários e quais mecanismos foram usados para isso. Para tanto, a pesquisa, dividida em quatro capítulos, traça um caminho que parte de uma revisão historiográfica sobre a Guerra de Biafra, a partir de autores que estiveram presentes em território biafrense durante os combates, como Jean Buhler (1969), Forsyth (1977) e Achebe (2012) e autores que realizaram estudos à posteriori como Falola e Heaton (2014), dentre outros. Partindo para a apresentação da Teoria da Análise do Discurso, através especialmente de Eni Orlandi (2005; 2009), assim como Hall (2016) a nível da compreensão da Teoria das Representação e Mudimbe (2013) e Goffman (2008) para a introdução às noções de estigma e etnocentrismo epistemológico. Ao final, faz-se a análise das fontes literárias Meio Sol Amarelo (ADICHE, 2008) e Destination Biafra (EMECHETA, 1983) no terceiro capítulo e, no quarto, a análise da cobertura de O Globo ao longo de toda a Guerra Civil Nigeriana. Observando que, mesmo passados 50 anos do fim dos conflitos, a disputa pela narrativa histórica é preponderante. Enquanto a imagem de Biafra, no Ocidente, através da cobertura jornalística contemporânea de O Globo reforçou lugares já demarcados acerca do que seriam os povos africanos, a partir de uma lógica etnocêntrica e paternalista. Por outro lado, os discursos forjados posteriormente pela literatura nigeriana de língua inglesa, nas figuras de Adichie (2008) e Emecheta (1983), ajudam a perceber o conflito pela lógica daqueles que, outrora, foram manchete pelas suas mazelas e não pelas suas histórias. |