Meio Sol Amarelo e a crítica ao pensamento eurocêntrico sobre a África: Biafra e a resistência IGBO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos , Flávia Kellyane Medeiros da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação - CEDUC
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/2818
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar a forma como o romance de Chimamanda Adichie (2008) tece críticas severas ao parecer eurocêntrico e difamatório sobre a África e os seus costumes. A obra Meio Sol Amarelo (2008) representa o corpus deste estudo, pois permite ler uma repreensão aos resquícios do colonialismo, no cenário da guerra do Biafra. O engajamento político da autora contribui para a desconstrução do discurso hegemônico, visando a destruição da imagem equivocada do mundo africano. A situação das mulheres africanas é tema e motivo da escrita de Chimamanda, a qual rechaça o duplo processo de subalternização a elas imposto. A narrativa aborda o conflito civil desencadeado na Nigéria, no final dos anos 60, a Guerra de Biafra, embate entre etnias, que levou a comunidade igbo à dizimação pela fome e falta de armas. Os conflitos tiveram o concurso do antigo colonizador, a Inglaterra, que franqueou armas e munições, permitindo o desastre ocorrido em uma luta desigual. Os impactos causados pela colonização no continente africano, justificados pelo discurso imperialista, são rechaçados no romance, de forma contundente. A análise fundamenta-se na teoria pós-colonial apontando erros enraizados nos discursos científicos e literários ocidentais sobre a história e cultura da África. Em Meio Sol Amarelo, Olanna e Kainene lançam-se na luta pelo reconhecimento e valorização de sua cultura e pela independência do seu povo, enfrentando a guerra e o maior inimigo: a FOME. A mulher africana, protagonista do romance, assume a posição dos generais da guerra, adotando o comando das causas familiares e sociais num contexto permeado pela barbárie humana representando as rupturas com a tradição e a quebra de paradigmas eurocêntricos. Os postulados teóricos utilizados na pesquisa são propostos por Edward Said (1990, 2011), Homi Bhabha (1998), Ella Shohat e Robert Stam (2006), Gaiatry Spivak (1994,1999), Inocência Mata (2007), Ana Mafalda Leite (2007), Thomas Bonnici (2000, 2003, 2006), Chinua Achebe (2009, 2012) e Ngugi Thiongo (1997).