Inclusão de adolescentes em sofrimento subjetivo em uma escola pública no período pós-pandêmico : um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Menza, Paola Mariel Monasterio de la
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51657
Resumo: Os processos de saúde mental, no contexto escolar, estão sendo discutidos em diversas pesquisas por serem motivo de preocupações nas práticas educacionais. O estudo desses processos demanda um olhar que articule educação, saúde mental e desenvolvimento humano, com o intuito de favorecer o avanço em caminhos de inteligibilidade sobre processos de sofrimento subjetivo de adolescentes para uma compreensão complexa das diversidades e das singularidades dos adolescentes no espaço escolar pós-pandêmico. À luz da Teoria da Subjetividade em uma abordagem histórico-cultural de Fernando González Rey, esta pesquisa teve como objetivo compreender como se configuram, subjetivamente, quadros de sofrimento de adolescentes em uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal no contexto póspandêmico, tendo como foco a elaboração de princípios e estratégias educativas que favoreçam o desenvolvimento subjetivo nesse contexto, além da patologização. A partir da Metodologia Construtivo-Interpretativa, fundamentada na Epistemologia Qualitativa, foram abordados dois aspectos: 1) a configuração subjetiva social do sofrimento subjetivo de adolescentes em uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal no contexto pós-pandêmico; e 2) a configuração subjetiva individual do sofrimento de um adolescente no espaço escolar, considerando os recursos subjetivos orientados ao desenvolvimento subjetivo, por meio de um estudo de caso. A pesquisa envolveu um trabalho de campo de 08 meses em uma escola pública do Distrito Federal do Brasil. Nesse processo, a pesquisadora participou de diversas atividades do cotidiano da escola, o que possibilitou a criação de um vínculo com a equipe pedagógica, com gestores, famílias e estudantes que, gradualmente, tornaram-se participantes da pesquisa. Diferentes instrumentos de pesquisa foram utilizados: dinâmicas conversacionais, diálogo sobre músicas, diálogo sobre desenhos, diálogo sobre história em quadrinhos, cartografia corporal e técnica de complemento de frases. Esses instrumentos visaram favorecer momentos dialógicos que permitissem a abordagem de temas importantes para o estudo, favorecendo uma participação engajada, crítica e reflexiva do participante. Os resultados da pesquisa são apresentados em dois eixos temáticos. No primeiro, abordamos a configuração subjetiva social do sofrimento de adolescentes, com o intuito de contribuir para o delineamento de possíveis práticas educativas voltadas para o desenvolvimento subjetivo. Concluímos que a configuração dominante do sofrimento subjetivo adolescente na escola está marcada pela fragilidade da comunicação sobre problemas de saúde mental, assim como pela medicalização e patologização como resposta rápida e superficial para a resolução de conflitos emocionais, sociais e de aprendizagem, frequentes nas práticas pedagógicas. No segundo eixo temático, abordamos a configuração subjetiva individual do sofrimento de um adolescente e possíveis recursos para o desenvolvimento subjetivo. Enfatizamos, aqui, o protagonismo subjetivo de um indivíduo frente a uma situação de vida de sofrimento, dentro de um processo fluido, criativo e dinâmico, que permite construir possíveis alternativas ao sofrimento. Nesse contexto, foi relevante criar espaços de diálogo e dignidade no reconhecimento dos direitos e deveres dos estudantes na diversidade e na diferença como alternativa às práticas patologizantes e medicalizantes.