Subjetividade, comunidade e educação : caminhos alternativos na atenção à saúde mental de adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cobucci, Bruno Reis Bernardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51642
Resumo: Este trabalho surge de preocupações diante do aumento expressivo de casos de sofrimento subjetivo entre adolescentes no Brasil, bem como da tendência individualista e de abordagem patologizante e medicalizante na atenção oferecida a esse público. Além disso, considera-se o caráter recente das políticas públicas voltadas à saúde mental de adolescentes dentro do paradigma da Reforma Psiquiátrica brasileira, bem como as fragilidades que essa rede enfrenta atualmente. O objetivo foi compreender a configuração subjetiva do sofrimento de uma adolescente participante de uma organização comunitária não governamental de saúde mental no Distrito Federal. Buscou-se investigar como esses processos se constituíram ao longo de sua história e como a adolescente experienciou sua participação na organização, destacando tanto os fatores que favoreceram seu desenvolvimento subjetivo quanto as limitações da organização em comparação a outros espaços que ela frequentou. A Teoria da Subjetividade de González Rey, numa perspectiva histórico-cultural, fundamentou a explicação teórica desses processos. Com foco nas articulações entre subjetividade, saúde mental e educação, o estudo destaca a importância da dimensão comunitária na atenção à saúde mental de adolescentes, desafiando a lógica institucional, tecnocrática e burocrática, em prol de um trabalho coletivo que valorize os recursos próprios para lidar com adversidades. A partir da Metodologia ConstrutivoInterpretativa, baseada na Epistemologia Qualitativa, foi realizado um estudo de caso aprofundado com uma adolescente de 16 anos que vivia um intenso quadro de sofrimento subjetivo e que participava da Organização Sol Solidário. O estudo de caso possibilitou a construção de um modelo teórico capaz de explicar seu quadro de sofrimento como um processo integrado a seu sistema subjetivo, de maneira a articular processos de sua história, contexto familiar, histórico escolar, uso de dispositivos eletrônicos e aspectos da cultura. Nesse contexto, permitiu evidenciar o valor de práticas educativas dialógicas como alternativa às tendências de ajuste comportamental, patologização e repressão, que predominaram na história de Evangeline (nome fictício), em seu percurso de atenção, incluindo experiências no CAPSi da região e em uma clínica escola de uma universidade particular. Finalmente, conclui-se que a ênfase em práticas dialógicas, que sejam caracterizadas pela valorização dos recursos subjetivos do adolescente, bem como pela construção de relações acolhedoras, abertas e sensíveis, é uma via potente de atenção aos quadros de sofrimento subjetivo.