Efeito dos fungicidas Mancozeb e Tebuconazol sobre parâmetros testiculares do morcego frugívoro Artibeus lituratus (Olfers, 1818)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Miranda, Diane da Cruz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Mestrado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2349
Resumo: Com a destruição do seu habitat natural, morcegos frugívoros vêm se alimentando de frutos obtidos de pomares pulverizados com fungicidas. Uma vez que esses animais atuam na manutenção do ecossistema e na regeneração de ambientes degradados, o efeito dos agrotóxicos sobre eles pode colocar em risco não somente sua sobrevivência e adaptação, mas também a manutenção de ambientes florestais. Dessa forma, como não foram encontrados estudos avaliando os impactos da ingestão dessas substâncias sobre a morfofisiologia testicular destes animais, o objetivo deste trabalho foi analisar alguns parâmetros testiculares em Artibeus lituratus (n=28) após exposição, aguda e/ou crônica, aos fungicidas Mancozeb e Tebuconazol. Os animais foram divididos em cinco grupos: controle 1 (G1; n=5), em que os animais foram alimentados com frutas sem fungicidas e sem espalhante adesivo (EA) por sete dias, controle 2 (G2; n=5), com animais alimentados com frutos + EA por sete dias, e três outros grupos contendo animais alimentados com frutos banhados com mancozeb + EA (G3; n=6; 2g/L) e tebuconazol + EA (G4; n=6; 1mL/L) por sete dias e tebuconazol + EA (G6; n=6) por 30 dias. Após eutanásia, os animais foram pesados, sendo os testículos dissecados e fixados (solução de Karnovsky) para serem processados e incluídos em resina. Os cortes histológicos (3μm) foram corados e avaliados, em microscópio óptico e no software Image Pro Plus, nos seguintes parâmetros: diâmetro e comprimento dos túbulos seminíferos, altura do epitélio seminífero, proporção volumétrica e volume de elementos dos compartimentos tubular e intertubular, morfometria das células de Leydig e índices gonadossomático, tubulossomático e leydigossomático. Após submeter os resultados à análise estatística (ANOVA), comparando-se as médias pelo teste de Student Newman- Keuls (p=0,05), observou-se que a exposição por sete dias aos dois fungicidas não causou alterações morfométricas testiculares, quando comparados aos controles, mostrando que as substâncias possuem baixa toxicidade aguda. Já animais expostos cronicamente ao tebuconazol (30 dias) apresentaram diminuição no percentual de túbulos seminíferos por parênquima testicular, o que coincidiu com o aumento do percentual de intertúbulo (por parênquima testicular), diminuição do percentual de epitélio seminífero e menores valores para diâmetro tubular e índice tubulossomático, quando comparados aos animais controle. No intertúbulo também foi observada maior proporção de vasos sanguíneos e menor percentual de espaço linfático. Além disso, as células de Leydig apresentaram alterações morfométricas, como redução na proporção do seu citoplasma no intertúbulo, no diâmetro e volume nuclear, no volume citoplasmático e celular, além do aumento no número dessas células por grama de testículo. Pode-se concluir que, nas concentrações estabelecidas para uso no campo e testadas no presente trabalho, mancozeb e tebuconazol não causam alterações testiculares quando a exposição é aguda. No entanto, a exposição crônica ao tebuconazol causa alterações histomorfométricas testiculares a nível de túbulos seminíferos, intertúbulo e de células de Leydig.