Avaliação morfofuncional do testículo e do processo espermatogênico dos roedores silvestres Akodon cursor e Oligoryzomys nigripes (RODENTIA: Cricetidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Balarini, Maytê Koch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Doutorado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/266
Resumo: Os roedores formam o grupo com maior diversidade de espécies na Classe Mammalia, abrigando indivíduos de poucos gramas como o camundongo, até espécies de 90 quilos como a capivara. A despeito de sua diversidade e do elevado número de representantes, poucos se sabe sobre a biologia reprodutiva da maioria dos animais deste grupo, o que dificulta a aplicação de medidas de conservação e manejo das mesmas. Por sua diversidade e pela facilidade de serem amostrados sistematicamente, os roedores silvestres tornaram-se modelos muito úteis para investigações. Assim, objetivou-se realizar estudos do processo espermatogênico de Oligoryzomys nigripes e Akodon cursor, ambos endêmicos da Mata Atlântica, visando obter dados básicos sobre a reprodução de roedores silvestres. Fragmentos testiculares foram processados para análise morfológica, imunohistoquímica e ultraestrutural. O índice gonadossomático encontrado para O. nigripes e A. cursor foi, respectivamente, de 0,68% e 0,74% enquanto o índice tubulossomático foi de 0,58% e 0,66%. Cada grama de testículo de O. nigripes e de A. cursor apresentou cerca de 23 e 27 metros, respectivamente. Em ambas as espécies, o ciclo do epitélio seminífero foi caracterizado em oito estádios de acordo com o método da morfologia tubular, e a duração de um ciclo foi de 3,93 dias em O. nigripes e 4,26 dias em A. cursor sendo necessários 17,68 e 19,15 dias para a formação de espermatozoides a partir de espermatogônias, respectivamente. A produção espermática diária por grama de testículo foi 148x106 células em O. nigripes e 142x106 células em A. cursor. Em O. nigripes e A. cursor, o padrão de organização dos elementos constituintes do intertúbulo apresentou células de Leydig isoladas ou agrupadas, geralmente associadas ao tecido conjuntivo e vasos sanguíneos e separadas dos túbulos seminíferos por um espaço linfático. Embora seja o elemento mais abundante do intertúbulo nestas espécies, o volume individual das células de Leydig foi considerado baixo, sendo de 804,60μm3 em O. nigripes e 858,7 μm3em A. cursor. O número destas células por grama de testículo foi, respectivamente, 25x106 e 38x106 células. O índice Leydigossomático (ILG), foi de 0,026% em O. nigripes e 0,044% em A. cursor. Pode-se concluir que as espécies aqui estudadas apresentaram baixo percentual de tecido intertubular e elevado percentual volumétrico de túbulo seminífero no parênquima testicular, o que juntamente com a curta duração do ciclo do epitélio seminífero, as coloca entre as espécies com produção espermática diária recorde entre os mamíferos. Tais caracteristicas podem ter estreita relação com o sistema de acasalamento destas espécies, indicando atividade poliândrica ou promiscua.